domingo, 19 de agosto de 2012

Artigo sobre Domínio Pessoal e Domínio Próprio

Domínio Pessoal (Material Experimental)

O espírito de uma organização que aprende.
“As organizações só aprendem por meio de indivíduos que aprendem. A aprendizagem individual não garante a aprendizagem organizacional. Entretanto, sem ela, a aprendizagem organizacional não ocorre. ” O que isto tem haver com a Igreja? Tudo. Há uma grande relação entre santidade de vida entre membros e santidade da Igreja como um todo. Como Caio Fábio falou: “Se não há culto na vida, não há vida no culto”. A igreja, infelizmente, tem repetido os seus erros ao invés de aprender com eles. Pra que serve a história? Para que atas de reunião? Se não, para nos lembrar o que foi feito e resolvido. Aprender a aprender e aprender a desaprender são o espírito das organizações que estão conectadas com o seu tempo. Quais são nossas principais dificuldades hoje, se não, justamente os erros do passado? Essênios, fariseus, zelotes e saduceus estão presentes em nossas denominações. Devemos ouvir a voz de Deus e ao mesmo tempo ouvir a voz do mundo; para atender as necessidades do mundo com a providência divina.
O Domínio Pessoal de um indivíduo é o quanto ele se disciplina para o crescimento, aprendizado e vivência daquilo que ele realmente quer e acredita. Ele toma o aprendizado continuo como um marca de sua vida.
O Domínio Pessoal(DP) visa que a pessoa viva a vida de maneira a antecipar possíveis problemas através da pró-atividade e também ver a realidade atual com clareza. Em nosso ambiente eclesiástico, devemos tanto nos esforçar para crescermos intelectualmente, mas ao mesmo tempo, nosso foco será sempre estar preso, ligado, enxertado, conectado a Videira. Dependemos de Deus, somos pobres e dependentes espirituais de nosso provedor. O que adiante ser eficaz e estar desligado de Jesus, de que adianta ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Buscar fazer as coisas certas é bom, entretanto ser santo é melhor.
Há uma constante tensão entre o nosso Sonho ou Visão e a realidade que nos cerca. Isto gera uma tensão criativa: uma força que tenta unir os dois, causada pela busca de solução. A essência do D P é aprender e gerar e sustentar a tensão criativa em nossas vidas. Neste contexto aprender não significa ter mais informações e sim expandir a capacidade de produzir os resultados que realmente queremos na vida. Neste ponto vale uma reflexão: pelo que você está disposto a dar a sua vida? Jesus quer que vivamos a vida em prol do reino d’Ele, no entanto qual é a sua parte neste projeto de Deus?
As pessoas com alto nível de DP são profundamente cônscios de sua ignorância, incompetência e seus pontos a serem melhorados. E têm, ao mesmo tempo, grande autoconfiança. Paradoxal? Só para aqueles que não vêem que a jornada é a recompensa. Seguir o caminho da santidade já é santidade. Seguir o Caminho para Deus, já é seguir a Deus. Jesus é o Caminho, indo a Ele, vai-se ao Pai. A autoconfiança aumenta de acordo com nossa fidelidade ao Senhor, se, O obedecemos, entramos com confiança em seu trono de graça. Se, desobedecemos... A graça nos basta.

Mantendo a Tensão Criativa (TC)
As pessoas muitas vezes têm dificuldade de falar sobre seus sonhos, suas visões, mesmo quando estes estão claros. Por que? Porque temos pleno conhecimento da distância entre a nossa realidade atual e a Visão. “Gostaria de montar meu negócio próprio”, mas “não tenho o capital”. Ou “gostaria de exercer a profissão que realmente gosto”, no entanto, “tenho que sobreviver”. Estes hiatos fazem com que uma visão pareça irreal, excêntrica ou mesmo utópica. Eles podem nos desestimular ou nos deixar desesperançosos. Porém o hiato entre a visão e a realidade pode se tornar um forte estímulo aguçando nossa Tensão Criativa. Se não há hiato, não há o estímulo para avançar na direção da visão. Na verdade o hiato é a fonte de energia criativa. Chamamos este hiato de Tensão Criativa. Platão já diria que há o mundo das idéias e o mundo real, e tudo que existe na terra, nada mais é que uma cópia de lá. Trazendo para nós cristãos, seria a nossa vontade(imperfeita) sendo alinhada com a de Deus(perfeita). A visão então funciona como uma meta(vontade de Deus) a ser atingida, sem possibilidade de redução dela. Mas e a vontade de Deus? E o seu chamado? Aqui entra a dificuldade que homem moderno tem! Em nosso tempo a dificuldade não é o conhecimento, como antigamente, em nossos dias o problema é excesso de informação. Como ouvir a voz de Deus em meio a muitas vozes? Precisamos:
 Conhecer o modo d’Ele agir, ter experiências com Ele.
 Conhecer o modo como Ele fala conosco pessoalmente.
 Orar falando, desabafando, meditando e ouvindo.
 Conhecimento da Palavra é imprescindível.
 Fé em Deus e em suas promessas.

O domínio da tensão criativa nos leva a mudar com respeito à realidade. A realidade atual torna-se uma aliada e não inimiga. Ter uma perspectiva precisa e criativa da realidade atual é tão importante quanto ter uma visão nítida. O maior problema é que a maioria de nós na vê a realidade como ela é, e sim, como a queremos. No filme “Uma Mente Brilhante” Jonh Nash, é um cara que tem uma mente grandiosa, mas ao mesmo tempo tem uma visão distorcida da realidade. No final do filme ele aprende a lidar com sua própria mente e a realidade que o cerca. Como ele faz isto? Ele era esquizofrênico, por isto tinha personagens inventados por ele mesmo, o cercando e o prejudicando (tirando a verdade dele). Então, ele ao invés de confiar somente em sua percepção visual, e ele passou a oferecer comida as pessoas que vinha elogiá-lo. Ele estava, na verdade, testando se a pessoa era real ou não. Como você testa se suas idéias são factíveis ou viagem na maionese? Seguem algumas sugestões de teste:
Só você vê esta realidade ou mais pessoas conseguem vislumbrar?
Exponha o teu sonho para esposa, amigos íntimos e pessoas modelos pra você, e pergunte-as se você está voando alto de mais ou há verdadeiras possibilidades.
Alguém em algum lugar já fez o que você quer fazer? Leia o livro, veja o filme, entreviste-a, enfim, aprenda com os seus erros, acertos e avalie se realmente é o que quer.
Não invente a roda, identifique o que já está sendo feito em prol da tua visão e, se possível, se junte.
Tenha um mentor ou mentores em áreas de competências deles.
NÃO SEJA SOBERBO E SIM HUMILDE, PRONTO PARA APRENDER E DESAPRENDER, DEPENDENTE DE DEUS EM TUDO, OUVINDO-O E OBEDECENDO-O.
Se a primeira de opção de buscar o domínio pessoal é ter nítida a sua visão e ser fiel a ela, a segunda opção fundamental é um compromisso com a verdade.

Quais são as barreiras à nossa visão?
A maioria de nós tem uma entre as duas crenças que limitam nossa capacidade de criar o que desejamos. A mais comum é a crença na impotência—incapacidade de trazer à vida todas as coisas com as quais nos importamos. A outra se concentra no sentimento de demérito—a sensação de que não merecemos ter o que realmente desejamos. Todo medo é uma defesa do ser ao desconhecido ou diferente, o medo é bom desde que você não fique paralisado por ele. O medo, quando bem utilizado, funciona como um filtro de nossas empolgações enquanto líderes. No entanto viver com uma elevada tensão emocional pode causar-nos problemas de saúde mental e física. A Visão somada a Tensão Criativa aliada ao medo, desde que você não pare por causa dele, servem de ponte entre a realidade e o sonho.
Visão X Crença no Demérito ou Incapacidade

Conforme o desenho acima há uma há uma tensão entre o que está arraigado em nossa mente, nossa realidade e nossa visão. Fritz chama esta tensão de conflito estrutural, porque se trata de uma estrutura de forças conflitantes que nos puxam em direção ao que queremos e, ao mesmo tempo, nos afastam daquilo que desejamos.
Segundo ele há três “estratégias genéricas” para lidar com as forças do conflito estrutural:
1. Erosão de nossa visão—consiste em diminuir a visão para acabar com a tensão.
2. Manipulação do conflito—é uma estratégia de negação que ao invés de se buscar o que quer, tenta-se evitar o que não quer.
3. Força de vontade—nesta simplesmente nós nos “preparamos psicologicamente” para vencer todas as formas de resistência à concretização de nossas metas. Há vários problemas com a “força de vontade”. Primeiro: há pouca economia de meios, desconsideramos princípios de crescimento da natureza e agimos sem alavancagem. Os esforços são enormes e muitas vezes, vamos à caça das bruxas e quando alcançamos o alvo, nos perguntamos: valeu a pena? Segundo: muitas vezes existem conseqüências desastrosas não intencionais. Apesar de sucesso no ministério/trabalho verá que passou por dois casamentos e tem um relacionamento ruim com os filhos. “Nenhum sucesso no trabalho, justifica a perda da família”.
4. Uma quarta estratégia seria tornar a realidade como o início da caminhada para o alcance de tua visão. Não importa onde você esteja há um caminho a ser percorrido por você para alcance do teu sonho/visão. Hoje é o primeiro dia da mudança, se teu coração se propuser a isto. Vamos começar esta jornada hoje, sob a tutela do Mestre?

Se o conflito estrutural, segundo Senge, é resultado de profundas crenças subjacentes, então só poderá ser modificado se alterarmos as crenças , mas como poderemos começar a modificar as estruturas mais profundas de nossas vidas?

Comprometimento com a verdade
Tiago, nosso irmão prático das Escrituras, fala que se alguém ouve as Escrituras e não as pratica, é comparado a um homem que vê a si mesmo no espelho, contempla o seu rosto natural (se vê como realmente é), mas logo se esquece de sua aparência (Tg 1:23 e 24, 19-27). Respondendo a questão anterior, as mudanças acontecerão se começarmos a desenvolver uma estratégia bem simples de se lidar com o conflito estrutural: dizer, ouvir e praticar a verdade. Estar comprometido com a verdade é muito mais poderoso do que qualquer técnica. Sendo assim, a tarefa crítica de se lidar com os conflitos estruturais é reconhecê-los.
Estruturas das quais não estamos conscientes nos fazem prisioneiros. Quando conseguirmos enxergá-las e dar-lhes nomes, elas não mais nos aprisionaram. O poder da verdade, ver a realidade cada vez mais como ela é, limpar as lentes da percepção, acordar das distorções impostas por nós mesmos—um princípio comum em quase todos os sistemas filosóficos e religiosos do mundo e central no cristianismo, onde Jesus é a Verdade.
“Conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

Razão X Intuição ou Razão + Intuição? (189)
O que distingue as pessoas com alto nível de Domínio Pessoal das outras é o fato de terem desenvolvido um maior grau de comunicação entre a consciência normal e o subconsciente. Sou tricotomista, acredito que o homem é composto de Corpo (parte física), Alma, (coração, mente, sede dos sentimentos), Espírito (parte espiritual, comunicação com Deus). Ao mesmo tempo em que temos três partes, somos um só. É quase um consenso atual do mundo é que temos que ter uma visão holística (total) das coisas, que nada mais é de que ver o todo e não as partes. Somos indivisíveis, ainda que para efeito de explicação dividimos em três. O que o autor trabalha é que se queremos aumentar o domínio pessoal, temos que liberar o poder do todo. Razão e intuição trabalhando cada uma na sua área ou juntas dependendo da situação.
Inúmeras pesquisas vêm sendo realizadas há décadas sobre o que se convencionou chamar de teoria da dominação do cérebro. As descobertas indicam basicamente que cada um dos hemisférios do cérebro (direito e esquerdo) mostra uma tendência para especialização e o controle de diferentes funções, processamento de tipos distintos de informação e abordagem de diferentes tipos de problemas.
Essencialmente, o hemisfério esquerdo é mais lógico/verbal e o direito, mais intuitivo, criativo. O esquerdo lida com palavras; o direito com imagens. O esquerdo com partes e itens específicos; o direito, com o todo e a relação entre as partes. O esquerdo com a análise, que significa desmontar. O direito, com a síntese, que significa reunir. O esquerdo com o pensamento seqüencial; o direito com o pensamento simultâneo e holístico. O esquerdo se liga no tempo; e o direito é intemporal. Apesar de todas as pessoas usarem os dois lados do cérebro, um lado ou outro revela a tendência dominante no indivíduo . A maioria de nós se acomoda na área predominante por ser mais fácil, para nós, de resolver problemas. A dificuldade reside que se não há o uso adequado dos dois lados.
Pentecostais e neo-pentecostais, muitas vezes, criticam os históricos por sua “falta de espiritualidade”, “falta de unção” ou mesmo “não dar vazão ao Espírito”. Já, nós históricos, reclamamos daqueles falando de sua “falta de organização”, “o culto é uma bagunça” ou mesmo “ninguém sabe o que vai acontecer neste culto”. Parece-me que há uma guerra não declarada entre planejamento e espiritualidade. É como se houver planejamento não lugar para Deus agir ou se não houver planejamento Deus não age. Será que Deus está enclausurado em nossas toscas percepções? Ouvi do pastor Renato (professor do Betel também), algo interessante sobre isto: “planeje como se Deus não fosse agir e ore como se tudo dependesse de Deus”. Precisamos aprender um com o outro e assim Glorificar a Deus com o espírito e com a razão.

Resultados ou meios?
Pessoas com alto nível de domínio pessoal se concentram no resultado desejado e não no processo. E com certeza concentrar-se no resultado intrínseco é uma habilidade, que, precisa de desenvolvimento. Os problemas começam quando o pragmatismo toma o nosso pensamento e começamos medir sucesso espiritual pelos resultados obtidos. “Se a Igreja é grande, o pastor é uma bênção” ou “se a igreja está crescendo, é um homem de Deus”. Será que na igreja podemos ter este tipo de medida? As respostas não são fáceis.
Se por um lado vemos que pelos frutos conhecereis a árvore, vemos também aqueles homens que falaram para Jesus que haviam curado e profetizado no nome d’Ele e mesmo assim não pertenciam a Ele. Em minha concepção a grande questão não está fora do homem e sim dentro dele. Os frutos estão relacionados ao fruto do Espírito, que não são resultados grandiosos, capazes de serem medidos e observados, mas um caráter mais parecido com o de Jesus. O grande fruto do cristianismo não são resultados grandiosos, mas sim ficar mais parecido com Jesus. Ainda que pessoas precisam ser alcançadas pela palavra da verdade, a verdade vivida em nós precisa desesperadamente ser contemplada pelo mundo perdido.
Acredito que foco no resultado no cristianismo se desdobra em:
Foco no meio, o meio é um fim em si mesmo.
Foco no resultado, o resultado é um fim em si mesmo.
Meios e resultados são importantes para nós.

Domínio Pessoal e a Quinta Disciplina.
Conforme os indivíduos passam a exercer a disciplina do domínio pessoal, várias mudanças graduais acontecem dentro dela. Muitas delas, sutis, outras passam desapercebidas. Além de esclarecer as “estruturas” que caracterizam o domínio pessoal (tensão criativa, tensão emocional e conflitos estruturais), a perspectiva sistêmica ilumina aspectos mais sutis do domínio pessoal, como: integração de razão e intuição; mais conectividade no e com o mundo; e compaixão e comprometimento com o todo.

Integrando a razão e a intuição
Segundo uma antiga história sufista, um cego vagava pela floresta quando tropeçou, caindo no chão. Ao tatear o chão em volta, ele descobriu que havia tropeçado em um aleijado. Eles começaram a conversar e reclamar da vida. O cego disse “estou vagando por esta floresta nem sei desde quando, e não posso enxergar para encontrar a saída”. Por sua vez o aleijado disse “Estou deitado no chão desta floresta, não sei desde quando, mas não posso me levantar pra sair dela”. Enquanto estavam sentados conversando, o aleijado exclamou: “Já sei! Posso me apoiar em teus ombros e indicar o caminho de saída”. Segundo o antigo contador de histórias, o cego simbolizava a racionalidade. O aleijado a intuição. Nós só encontraremos o caminho de saída da floresta quando integrarmos razão e intuição.
As pessoas com um alto nível de domínio pessoal, não se programam para integrar razão e intuição. Ao contrário, conseguem esta integração naturalmente — como subproduto de seu comprometimento em utilizar todos os recursos que tem a sua disposição. Não podem se dar ao luxo de escolher entre razão e intuição, ou mente e coração, da mesma forma que não podem optar por andar com uma única perna ou ver com um único olho.

Compaixão
Quando pensamos em compaixão, pensamos em um sentimento que temos pelas pessoas pobres, mendigos na rua e etc. Mas à medida que temos mais entendimento dos sistemas dentro dos quais operamos, e quanto mais entendemos como as pressões os influenciam, mais desenvolvemos naturalmente compaixão e empatia. Neste ponto passamos a ver não só o ovo, mas também a galinha, o milho, a plantação, as chuvas, o meio ambiente e etc. Devemos enxergar as pessoas e suas necessidades peculiares, não só as necessidades que costumeiramente vemos.
Como estimular o desenvolvimento pessoal dentro de uma Igreja ou organização?
É preciso lembrar que embarcar em um caminho de crescimento pessoal é uma questão de escolha. Ninguém pode ser forçado a desenvolver-se. Neste contexto, as pessoas, principalmente de dentro da igreja, precisam ser valorizadas pelo que elas são, e não pelo que podem fazer. Com a nossa ênfase no estudo de dons e da descoberta da paixão das pessoas e o conseqüente envolvimento de todos no trabalho da igreja, faz, muitas vezes, que tenhamos uma visão utilitarista das pessoas. E sem querer passamos não mais a olhar a pessoa com alguém que precisa ser amado, mas alguém que precisa ser usado. Devemos buscar um equilíbrio entre o amor à pessoa e o seu desenvolvimento cristão e pessoal. NA igreja a pessoa deve ser sentir aceita do jeito que ela é e ao mesmo tempo ser envolvida naquilo que Deus a chamou pra ser e fazer.
Sendo assim, o que os líderes que pretendem estimular o domínio pessoal podem fazer?
Eles podem trabalhar incansavelmente para desenvolver um clima no qual exista a prática cotidiana dos princípios do domínio pessoal. Isto significa criar uma organização na qual seja seguro para as pessoas criarem visões daquilo que Deus quer para elas, onde indagação e comprometimento com a verdade sejam a norma, e onde se espere o questionamento do status quo — especialmente quando o status quo inclui aspectos obscuros da realidade atual que as pessoas procuram evitar.
Três coisas acontecerão:
1. Reforçará continuamente a idéia que o crescimento pessoal é realmente valorizado.
2. Os indivíduos responderam ao que se oferece, proporcionando um treinamento no serviço o que é vital para o crescimento.
3. Todos estarão abertos para o novo e paradigmas antigos serão questionados e então mantidos ou trocados por novas visões.
A estratégia da liderança é simples: sirva de modelo. Falar sobre o assunto é importante, mas vivê-lo é fundamental para que haja um comprometimento maior. Não há nada mais poderoso para estimular os outros na busca do domínio pessoal que levar a sério a sua própria busca.

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

Grupos religiosos do Novo Testamento

Caros
Quem são os saduceus ou fariseus? Você sabia que um dos apóstolos era um zelote? Leia mais e saiba quem são estes grupos religiosos dentro do judaísmo
Fonte: Introdução ao Novo Testamento do Brodus.
Complemento de Aula I (TNT II)

GRUPOS RELIGIOSOS DO NOVO TESTAMENTO

            O Novo Testamento observa a presença de partidos religiosos que eram desconhecidos no Velho Testamento. A fonte principal de informação é encontrada nas obras de Flávio Josefo. Em dois de seus livros, As Guerras dos Judeus (II, viii, 1-4) e As Antigüidades dos Judeus (XIII, v. 9), ele escreve acerca de quatro desses partidos: fariseus, saduceus, zelotes e essênios. Para nossos propósitos, os herodianos e os zadoqueus devem ser acrescentados. 

            1. Fariseus — O grupo maior e mais importante é o chamado os fariseus. A palavra em si significa "separatistas", tendo sido, provavelmente, aplicada como expressão de escárnio aos oponentes. Eles fizeram seu primeiro aparecimento definido como um grupo com este nome durante a época de João Hircano I. Alguns estudiosos dizem que o termo foi pela primeira vez usado quando alguns judeus piedosos "se separaram" de Judas Macabeu, depois de 165 a.C. É mais provável que eles foram os sucessores dos "hasidins", que se haviam empenhado em "separar-se" do pecado, e na "separação" (interpretação) das Escrituras, durante as reformas de Esdras e Neemias.
           
            Seja qual for sua origem, os fariseus foram o resultado final do movimento que teve seus primórdios com Esdras, intensificado pelos hasidins, sob os sírios e romanos. Eles representam aquela tendência, no judaísmo, que sempre reagiu contra dominadores estrangeiros, mantendo o exclusivismo judaico e a lealdade à tradição dos pais. Pouco se interessavam no poder político, mas se tornaram os mentores políticos de Israel. Eles tinham maior controle sobre o povo do que os saduceus, que eram mais abastados e politicamente poderosos. Controlavam a sinagoga, e só eles sobreviveram à Guerra Judaico-Romana de 66-70.

            Devido à sua profunda reverência para com os ideais nacionais e religiosos judaicos, e devoção aos mesmos, os fariseus se opuseram à introdução das idéias gregas, e não deixou de ser natural que se tornassem o partido reacionário. Para eles, as coisas velhas eram as únicas coisas boas. Num desejo sincero de tornar a lei praticável dentro do mundo greco-romano em mudança, os fariseus aderiram ao sistema da tradição dos pais. Começando com as Escrituras, eram feitas interpretações para se ajustar uma situação existente ou combater um erro em teologia. Nas tentativas de responder a problemas levantados por religiões intrusas, muitas idéias dormentes no Velho Testamento foram desenvolvidas e aumentadas. Entre essas doutrinas desenvolvidas durante esses 400 anos estão a ressurreição dos mortos, os demônios, os anjos e a esperança messiânica.

            Para o fariseu, a tradição oral suplantou a lei. Este era o principal ponto em que divergiam dos saduceus, que não viam nenhuma necessidade de alterar-se a lei. Os fariseus diziam que as finas distinções das tradições orais eram para facilitar o cumprimento da lei sob novas condições e tornar virtualmente impossível pecar-se. Eles também colocavam uma forte ênfase sobre a providência divina nos assuntos do homem.
Verbete Fariseus no Strong:
5330 φαρισαιος Pharisaios
de origem hebraica, cf 6567 פרושים ; TDNT - 9:11,1246; n m
1) Seita que parece ter iniciado depois do exílio. Além dos livros do AT, os Fariseus
reconheciam na tradição oral um padrão de fé e vida. Procuravam reconhecimento e
mérito através da observância externa dos ritos e formas de piedade, tal como lavagens
ceremoniais, jejuns, orações, e esmolas. Comparativamente negligentes da genuína
piedade, orgulhavam-se em suas boas obras.
Mantinham de forma persistente a fé na existência de anjos bons e maus, e na vinda do
Messias; e tinham esperança de que os mortos, após uma experiência preliminar de
recompensa ou penalidade no Hades, seriam novamente chamados à vida por ele, e
seriam recompensados, cada um de acordo com suas obras individuais. Em oposição à
dominação da família Herodes e do governo romano, eles de forma decisiva
sustentavam a teocracia e a causa do seu país, e tinham grande influência entre o povo
comum. De acordo com Josefo, eram mais de 6000. Eram inimigos amargos de Jesus e
sua causa; foram, por outro lado, duramente repreendidos por ele por causa da sua
avareza, ambição, confiança vazia nas obras externas, e aparência de piedade a fim de
ganhar popularidade.

            2.   Saduceus — Embora a origem da seita esteja perdida na obscuridade, o nome pode ter-se derivado de um certo Zadoque, que sucedeu Abiatar como sumo sacerdote durante os dias de Salomão. Pode ter vindo da palavra hebraica "zoddikim", que significa "os justos". Os saduceus gabavam-se de sua fidelidade à letra da lei mosaica, em contradistinção à tradição oral. Este era o partido da aristocracia e dos sacerdotes abastados. Eles controlavam o sinédrio e qualquer resquício de poder político que restava. Eram os colaboracionistas, a tendência que favorecia o poder estrangeiro e que se alinhava com ele pelo poder. Também controlavam o templo. O sumo sacerdote era sempre o líder deste grupo. Era um grupo fechado e não procurava prosélitos, como o faziam os fariseus.

            Teologicamente conservadores (diziam),limitavam o cânon à Torah ou Pentateuco. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição, demônios, anjos, espíritos, e advogavam a vontade livre, em lugar da providência divina. Este grupo não sobreviveu à Guerra Judaico-Romana de 66-70.

Verbete Strong:
4523 σαδδουκαιος Saddoukaios
provavelmente de 4524; TDNT - 7:35,992; n m
Saduceus = “justo”
1) partido religioso judeu da época de Cristo, que negava que a lei oral fosse revelação de
Deus aos israelitas, e que cria que somente a lei escrita era obrigatória para a nação
como autoridade divina. Negava as seguintes doutrinas:
1a) ressurreição do corpo
1b) imortalidade da alma
1c) existência de espíritos e anjos
1d) predestinação divina (afirmavam o livre arbítrio)
            3.   Zelotes — Os zelotes representavam o desenvolvimento na extrema esquerda entre os fariseus. Estavam interessados na independência da nação e sua autonomia, ao ponto de negligenciarem toda outra preocupação. Segundo Josefo, o fundador foi Judas de Gamala, que iniciou a revolta sobre o censo da taxação, em 6 d.C. Seu alvo era sacudir o jugo romano e anunciar o reino messiânico. Eles precipitaram a revolta em 66 d.C, que levou à destruição de Jerusalém em 70. Simão, o zelote, foi um dos apóstolos.
Verbete Strong:
2208 ζηλοτης Zelotes
o mesmo que 2207; TDNT - 2:882,297; n m
1) alguém que arde em zelo, zelote
2) usado para descrever Deus como zeloso de qualquer rival e severamente reivindicando
seu controle
3) desejo ansioso por, zelo por algo
3a) para adquirir algo (desejoso de)
3b) para defender e sustentar algo, lutando veementemente por algo
Desde a época dos Macabeus, havia entre os judeus um classe de homens, chamados
Zelotes, que era fanaticamente apegada à lei mosaica a ponto de recorrer à violência, a
exemplo de Finéias, para impedir que a religião fosse violada por outros; mais tarde, no
entanto, a comunidade judaica passou a usar o seu santo zelo como pretexto para os
mais terríveis crimes.

            4.  Essênios — Estes representavam o desenvolvimento na extrema direita entre os fariseus. Eram uma ordem distinta, na sociedade judaica, mais que uma seita dentro dela. Sendo o elemento mais conservador dos fariseus, eles enfatizavam a observação minuciosa da lei. Formavam uma comunidade ascética ao redor do Mar Morto, e viviam uma vida rigidamente devota. Eram a sobrevivência dos hasidins mais estritos, influenciados pela filosofia grega. A partir dos documentos de Qumram, parece que eles aguardavam um messias que iria combinar as linhagens real e sacerdotal, numa estrutura escatológica. Este grupo não é mencionado em o Novo Testamento.

            5.   Herodianos — Os saduceus da extrema esquerda eram conhecidos como os herodianos. Tirando o nome da família de Herodes, eles baseavam suas esperanças nacionais nessa família e olhavam para ela com respeito ao cumprimento das profecias acerca do Messias. Eles surgiram em 6 d.C, quando Arquelau, filho de Herodes, o Grande, foi deposto, e Augusto César enviou um procurador, Copônico. Os judeus que favoreciam a dinastia herodiana eram chamados "herodianos". Este grupo é mencionado em Mateus 22:16 e Marcos 3:6; 12:13.

            6. Zadoqueus — Na extrema direita dos saduceus estava o grupo conhecido como os zadoqueus. Embora não mencionados em o Novo Testamento, este grupo é importante, porque mostra outra tendência entre os saduceus, talvez dando uma chave quanto à sua origem. Em 1896, um fragmento de um documento foi encontrado numa sinagoga no Cairo. Publicado em 1910, com o título Fragmentos de uma Obra Zadoquita, este termo entrou em todas as discussões acerca do judaísmo sectário. A descoberta de outros documentos na comunidade de Qumram, do Mar Morto, sugere alguma relação entre os zadoqueus, os essênios e a comunidade de Qumram. Um movimento de reforma foi iniciado entre os sacerdotes (filhos de Zadoque), entre os saduceus, durante o início do segundo século a.C. Quando a reforma fracassou, eles foram para Damasco e estabeleceram uma comunidade sob um novo conjunto de regulamentos, denominado "o novo concerto". Alguns posteriormente voltaram como missionários para sua terra natal e depararam com amarga oposição por parte dos fariseus e saduceus. Alguns, então, encontraram seu caminho em direção às comunidades ao redor do Mar Morto. Eram missionários fervorosos, em busca de um mestre de justiça que chamasse Israel de volta ao arrependimento e apareceria no advento do Messias. Eles aceitavam toda palavra escrita, mas rejeitavam a tradição oral. Eram muito abnegados na vida pessoal e leais aos regulamentos da pureza levítica. Deram grande ênfase à necessidade de arrependimento.
              7. Gnosticismo —  Os sistemas gnósticos desenvolvidos podem ser divididos em dois grupos básicos: docético e cerintiano. Estes emergiram como tipos definidos no segundo século e desenvolveram seu próprio corpo de doutrinas. O nome deriva da ideia que alguns tem um conhecimento (gnosis) especial do divino e outros não. Um elemento básico a todos os sistemas de gnosticismo, entretanto, é a ideia de que Deus, sendo o bem perfeito, não poderia ter criado o mundo físico (que é mau); portanto, o Cristo, sendo divino, não poderia ter-se encarnado. O docetismo tirou seu nome do verbo grego doke/w (dokeo: parecer) e ensinava que Jesus não foi uma pessoa real, de carne e sangue; ele era um fantasma, que apenas parecia ter substância física. Quem morreu na cruz foi Simão Cireneu. O Cristo não poderia sofrer, e não sofreu. Muitos estudiosos do Novo Testamento interpretam I João 4:2 ("...Jesus Cristo veio em carne") como uma indicação de que o gnosticismo é do tipo docético. Inácio (que morreu em c.115 d.C.) escreveu mui fortemente contra este tipo de gnosticismo (Epístola aos Esmirnenses, c.110 d.C.).
O cerintianismo tira seu nome de um certo Cerinto de Alexandria, que, tendo-se mudado para Éfeso, foi um contemporâneo de João e Policarpo. Irineu apresenta as doutrinas básicas deste tipo de gnosticismo (Ad. Haereses, I, xxvi, 1): Jesus foi o filho natural de José e Maria; o Cristo, em forma de uma pomba, desceu sobre Jesus depois de seu batismo e dominou completamente seu ser; o Cristo deixou Jesus antes do sofrimen­to e Crucificação e voltou para Deus; Jesus morreu, ressuscitou e simplesmente desapareceu. Cerinto também insistia sobre a adoração no sábado e a circuncisão. Muitos estudiosos interpretam I João 5:5-9 como uma indicação de que o gnosticismo é do tipo cerintiano.
8. Escribas
1122 γραμματευς grammateusde 1121; TDNT - 1:740,127; n m
1) escrituário, escriba, esp. um servidor público, secretário, arquivista cujo ofício e
influência não é a mesma em cada estado
2) na Bíblia, pessoa versada na lei mosaica e nas sagradas escrituras, intérprete, professor.
Os escribas examinavam as questões mais difíceis e delicadas da lei; acrescentavam à
lei mosaica decisões sobre vários tipos, com a intenção de elucidar seu significado e
extensão, e faziam isto em detrimento da religião. Como o conselho de homens
experimentados na lei era necessário para o exame de causas e a solução de questões
difíceis, eles tornavam-se membros do Sinédrio; são mencionados em conexão com os
sacerdotes e anciãos do povo. Consultar um Dicionário Bíblico para mais informações a
respeito dos escribas.
3) professor religioso: tão instruído que da sua erudição e capacidade de ensinar podem
redundar benefícios para o reino dos céus