sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Halloween é coisa de brasileiro?

Halloween é coisa de brasileiro?
Ontem perguntei ao meu filho o que ele aprendeu na escola e sabe o que ele disse? Está chegando o dia das bruxas. Será que, enquanto brasileiros temos que absorver hábitos americanos? Tenho dois americanos bem próximos de mim e sei que eles vão me entender, pois os amo, mas deixa esta coisa de Halloween para os EUA e que venha Monteiro Lobato.
Neste dia 31 de outubro muitas pessoas irão participar destas festas de "Halloween", popularmente chamado de "Dia das Bruxas" no Brasil. Mas essa festa aparentemente inocente tem estreita ligação com práticas ocultistas, mesmo que muitos não percebam isso.

Sua origem data de tempos antigos, quando os druidas (magos de origem celta) realizavam cerimônias de adoração ao "deus da morte" ou ao "senhor da morte" em 31 de outubro. Isso acontecia na cerimônia "Samhain" durante o festival de inverno, na qual eram oferecidos sacrifícios humanos. Essa prática ancestral foi sofrendo alterações com o passar do tempo. A Igreja Católica posteriormente tentou cristianizar o "Samhain ", declarando o1º de novembro como o Dia de Todos os Santos e o 2 de novembro com o Dia de Finados, sendo que em ambas as datas os mortos eram lembrados.

Nos Estados Unidos essa festa é muito comum e tem forte apelo comercial, sendo também tema de vários filmes de horror. A imagem de crianças vestidas com fantasias "engraçadinhas" de bruxas, fantasmas e duendes, pedindo por doces e dizendo "gostosuras ou travessuras". Há algum tempo, o Brasil tem se deixado influenciar por muitos aspectos que não fazem parte de sua cultura e tem celebrado essa festa em escolas, clubes e até em shopping centers. A influência mais forte vem das escolas de inglês e claro do aspecto comercial, quanto mais dias para comemorar e se fantasiar, mais as pessoas têm o que comprar.

Diante dessa realidade, devemos nos questionar: Halloween está relacionado às práticas ocultistas modernas?

Mesmo que hoje em dia Halloween seja comemorado de uma maneira inocente por muitos jovens, ele é levado a sério pela maioria das bruxas, membros do movimento neo-pagão e ocultistas em geral.

Além disso tudo, o costume de pedir balas e doces fantasiados de bruxas, vampiros, fantasmas, etc., que é comum nessa festa, está relacionado com os espíritos dos mortos na tradição pagã e até católica. As fantasias podem ser usadas também para afugentar espíritos maus.

Depois de fazermos essas considerações sobre o assunto, tendo em vista que o Halloween está associado a práticas de bruxaria e ocultismo, devemos analisar qual deve ser nossa atitude em relação a essa festa, que mesmo sendo vista secularmente como um passatempo tem implicações sérias.

Pesquisa:
"Diário da Região" do dia 27/10/2000
site www.chamada.com.br

domingo, 29 de agosto de 2010

A nova reforma Protestante


Queridos
Há algum tempo tenho falado sobre a necessidade de mudanças radicais no seio da Igreja. Esta matéria da época só vem ratificar o que temos ditos e nos abençoar, pois não estamos sozinhos nesta batalha pela fé evangélica.
Muito boa a reportagem!
PAZ
EM CONSTRUÇÃO
Ilustração de um monumento em forma de cruz
A nova reforma Protestante
Inspirado no cristianismo primitivo e conectado à internet, um grupo crescente de religiosos critica a corrupção neopentecostal e tenta recriar o protestantismo à brasileira
RICARDO ALEXANDRE


Irani Rosique não é apóstolo, bispo, presbítero nem pastor. É apenas um cirurgião geral de 49 anos em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia. No alpendre da casa de uma amiga professora, ele se prepara para falar. Cercado por conhecidos, vizinhos e parentes da anfitriã, por 15 minutos Rosique conversa sobre o salmo primeiro (“Bem-aventurado o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios”). Depois, o grupo de umas 15 pessoas ora pela última vez – como já havia orado e cantado por cerca de meia hora antes – e então parte para o tradicional chá com bolachas, regado a conversa animada e íntima.
Desde que se converteu ao cristianismo evangélico, durante uma aula de inglês em Goiânia em 1969, Rosique pratica sua fé assim, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia. Com o passar do tempo, esses grupos cresceram e se multiplicaram. Hoje, são 262 espalhados por Ariquemes, reunindo cerca de 2.500 pessoas, organizadas por 11 “supervisores”, Rosique entre eles. São professores, médicos, enfermeiros, pecuaristas, nutricionistas, com uma única característica comum: são crentes mais experientes.
Apesar de jamais ter participado de uma igreja nos moldes tradicionais, Rosique é hoje uma referência entre líderes religiosos de todo o Brasil, mesmo os mais tradicionais. Recebe convites para falar sobre sua visão descomplicada de comunidade cristã, vindos de igrejas que há 20 anos não lhe responderiam um telefonema. Ele pode ser visto como um “símbolo” do período de transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. Um tempo em que ritos, doutrinas, tradições, dogmas, jargões e hierarquias estão sob profundo processo de revisão, apontando para uma relação com o Divino muito diferente daquela divulgada nos horários pagos da TV.
Estima-se que haja cerca de 46 milhões de evangélicos no Brasil. Seu crescimento foi seis vezes maior do que a população total desde 1960, quando havia menos de 3 milhões de fiéis espalhados principalmente entre as igrejas conhecidas como históricas (batistas, luteranos, presbiterianos e metodistas). Na década de 1960, a hegemonia passou para as mãos dos pentecostais, que davam ênfase em curas e milagres nos cultos de igrejas como Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e O Brasil Para Cristo. A grande explosão numérica evangélica deu-se na década de 1980, com o surgimento das denominações neopentecostais, como a Igreja Universal do Reino de Deus e a Renascer. Elas tiraram do pentecostalismo a rigidez de costumes e a ele adicionaram a “teologia da prosperidade” (leia o quadro na última pág.). Há quem aposte que até 2020 metade dos brasileiros professará à fé evangélica.
Dentro do próprio meio, levantam-se vozes críticas a esse crescimento. Segundo elas, esse modelo de igreja, que prospera em meio a acusações de evasão de divisas, tráfico de armas e formação de quadrilha, tem sido mais influenciado pela sociedade de consumo que pelos ensinamentos da Bíblia. “O movimento evangélico está visceralmente em colapso”, afirma o pastor Ricardo Gondim, da igreja Betesda, autor de livros como Eu creio, mas tenho dúvidas: a graça de Deus e nossas frágeis certezas (Editora Ultimato). “Estamos vivendo um momento de mudança de paradigmas. Ainda não temos as respostas, mas as inquietações estão postas, talvez para ser respondidas somente no futuro.”

SÍMBOLO
O cirurgião Irani Rosique (sentado, de camisa branca, com a Bíblia aberta no colo). Sem cargo de clérigo, ele mobiliza 2.500 pessoas no interior de Rondônia
Nos Estados Unidos, a reinvenção da igreja evangélica está em curso há tempos. A igreja Willow Creek de Chicago trabalhava sob o mote de ser “uma igreja para quem não gosta de igreja” desde o início dos anos 1970. Em São Paulo, 20 anos depois, o pastor Ed René Kivitz adotou o lema para sua Igreja Batista, no bairro da Água Branca – e a ele adicionou o complemento “e uma igreja para pessoas de quem a igreja não costuma gostar”. Kivitz é atualmente um dos mais discutidos pensadores do movimento protestante no Brasil e um dos principais críticos da“religiosidade institucionalizada”. Durante seu pronunciamento num evento para líderes religiosos no final de 2009, Kivitz afirmou: “Esta igreja que está na mídia está morrendo pela boca, então que morra. Meu compromisso é com a multidão agonizante, e não com esta igreja evangélica brasileira.”
Essa espécie de “nova reforma protestante” não é um movimento coordenado ou orquestrado por alguma liderança central. Ela é resultado de manifestações espontâneas, que mantêm a diversidade entre as várias diferenças teológicas, culturais e denominacionais de seus ideólogos. Mas alguns pontos são comuns. O maior deles é a busca pelo papel reservado à religião cristã no mundo atual. Um desafio não muito diferente do que se impõe a bancos, escolas, sistemas políticos e todas as instituições que vieram da modernidade com a credibilidade arranhada. “As instituições estão todas sub judice”, diz o teólogo Ricardo Quadros Gouveia, professor da Universidade Mackenzie de São Paulo e pastor da Igreja Presbiteriana do Bairro do Limão. “Ninguém tem dúvida de que espiritualidade é uma coisa boa ou que educação é uma coisa boa, mas as instituições que as representam estão sob suspeita.”
Uma das saídas propostas por esses pensadores é despir tanto quanto possível os ensinamentos cristãos de todo aparato institucional. Segundo eles, a igreja protestante (ao menos sua face mais espalhafatosa e conhecida) chegou ao novo milênio tão encharcada de dogmas, tradicionalismos, corrupção e misticismo quanto a Igreja Católica que Martinho Lutero tentou reformar no século XVI. “Acabamos nos perdendo no linguajar ‘evangeliquês’, no moralismo, no formalismo, e deixamos de oferecer respostas para nossa sociedade”, afirma o pastor Miguel Uchôa, da Paróquia Anglicana Espírito Santo, em Jaboatão dos Guararapes, Grande Recife. “É difícil para qualquer pessoa esclarecida conviver com tanto formalismo e tão pouco conteúdo.”

Uchôa lidera a maior comunidade anglicana da América Latina. Seu trabalho é reconhecido por toda a cúpula da denominação como um dos mais dinâmicos do país. Ele é um dos grandes entusiastas do movimento inglês Fresh Expressions, cujo mote é “uma igreja mutante para um mundo mutante”. Seu trabalho é orientar grupos cristãos que se reúnem em cafés, museus, praias ou pistas de skate. De maneira genérica, esses grupos são chamados de “igreja emergente” desde o final da década de 1990. “O importante não é a forma”, afirma Uchôa. “É buscar a essência da espiritualidade cristã, que acabou diluída ao longo dos anos, porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas. É contra isso que estamos nos levantando.”
No meio dessa busca pela essência da fé cristã, muitas das práticas e discursos que eram característica dos evangélicos começaram a ser considerados dispensáveis. Às vezes, até condenáveis (leia o quadro na última pág.). Em Campinas, no interior de São Paulo, ocorre uma das experiências mais interessantes de recriação de estruturas entre as denominações históricas. A Comunidade Presbiteriana Chácara Primavera não tem um templo. Seus frequentadores se reúnem em dois salões anexos a grandes condomínios da cidade e em casas ao longo da semana. Aboliram a entrega de dízimos e as ofertas da liturgia. Os interessados em contribuir devem procurar a secretaria e fazê-lo por depósito bancário – e esperar em casa um relatório de gastos. Os sermões são chamados, apropriadamente, de “palestras” e são ministrados com recursos multimídias por um palestrante sentado em um banquinho atrás de um MacBook. A meditação bíblica dominical é comumente ilustrada por uma crônica de Luis Fernando Verissimo ou uma música de Chico Buarque de Hollanda.


1. Em Ariquemes, cidade de 80 mil habitantes do interior de Rondônia, o cirurgião geral Irani Rosique (de camisa branca) mobiliza cerca 2.500 pessoas, em pequenos grupos de oração, comunhão e estudo da Bíblia, como esse fotografado. Ele pode ser visto como um "símbolo" da transição que a igreja evangélica brasileira atravessa. (Foto: Alemida Dias/ÉPOCA)

Inspirado no cristianismo primitivo e conectado à internet, um grupo crescente de religiosos critica a corrupção neopentecostal e tenta recriar o protestantismo à brasileira
RICARDO ALEXANDRE

“As pessoas não querem mais dogmas, elas querem autenticidade. Minha postura é, juntos, buscarmos algumas respostas satisfatórias a nossas inquietações”
ED RENÉ KIVITZ, pastor da Igreja Batista da Água Branca, em São Paulo
“Os seminários teológicos formam ministros para um Brasil rural em que os trabalhos são de carteira assinada, as famílias são papai, mamãe, filhinhos e os pastores são pessoas respeitadas”, diz Ricardo Agreste, pastor da Comunidade e autor dos livros Igreja? Tô fora e A jornada (ambos lançados pela Editora Socep). “O risco disso é passar a vida oferecendo respostas a perguntas que ninguém mais nos faz. Há muita gente séria, claro, dizendo verdades bíblicas, mas presas a um formato ultrapassado.”
Outro ponto em comum entre esses questionadores é o rompimento declarado com a face mais visível dos protestantes brasileiros: os neopentecostais. “É lisonjeador saber que atraímos gente com formação universitária e que nos consideram ‘pensadores’”, afirma Ricardo Agreste. “O grande problema dos evangélicos brasileiros não é de inteligência, é de ética e honestidade.” Segundo ele, a velha discussão doutrinária foi substituída por outra. “Não é mais uma questão de pensar de formas diferentes a espiritualidade cristã”, diz. “Trata-se de entender que há gente usando vocabulário e elementos de prática cristã para ganhar dinheiro e manipular pessoas.”
Esse rompimento da cordialidade entre os evangélicos históricos e os neopentecostais veio a público na forma de livros e artigos. A jornalista (evangélica) Marília Camargo César publicou no final de 2008 o livro Feridos em nome de Deus (Editora Mundo Cristão), sobre fiéis decepcionados com a religião por causa de abusos de pastores. O teólogo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler da Universidade Presbiteriana Mackenzie, publicou O que estão fazendo com a Igreja: ascensão e queda do movimento evangélico brasileiro (Mundo Cristão), retrato desolador de uma geração cindida entre o liberalismo teológico, os truques de marketing, o culto à personalidade e o esquerdismo político. Em um recente artigo, o presidente do Centro Apologético Cristão de Pesquisas, João Flavio Martinez, definiu como “macumba para evangélico” as práticas místicas da Igreja Universal do Reino de Deus, como banho de descarrego e sabonete com extrato de arruda.
Tais críticas, até pouco tempo atrás, ficavam restritas aos bastidores teológicos e às discussões internas nas igrejas. Livros mais antigos – como Supercrentes, Evangélicos em crise, Como ser cristão sem ser religioso e O evangelho maltrapilho (todos da editora Mundo Cristão) – eram experiências isoladas, às vezes recebidos pelos fiéis como desagregadores. “Parece que a sociedade se fartou de tanto escândalo e passou a dar ouvidos a quem já levantava essas questões há tempos”, diz Mark Carpenter, diretor-geral da Mundo Cristão.
O pastor Kivitz – que publicou pela Mundo Cristão seus livros Outra espiritualidade e O livro mais mal-humorado da Bíblia – distingue essa crítica interna daquela feita pela mídia tradicional aos neopentecostais “A mídia trata os evangélicos como um fenômeno social e cultural. Para fazer uma crítica assim, basta ter um pouco de bom-senso. Essa crítica o (programa) CQC já faz, porque essa igreja é mesmo um escracho”, diz ele. “Eu faço uma crítica diferente, visceral, passional, porque eu sou evangélico. E não sou isso que está na televisão, nas páginas policiais dos jornais. A gente fica sem dormir, a gente sofre e chora esse fenômeno religioso que pretende ser rotulado de cristianismo.”
A necessidade de se distinguir dos neopentecostais também levou essas igrejas a reconsiderar uma série de práticas e até seu vocabulário. Pastores e “leigos” passam a ocupar o mesmo nível hierárquico, e não há espaço para “ungidos” em especial. Grandes e imponentes catedrais e “cultos shows” dão lugar a reuniões informais, em pequenos grupos, nas casas, onde os líderes podem ser questionados, e as relações são mais próximas. O vocabulário herdado da teologia triunfalista do Antigo Testamento (vitória, vingança, peleja, guerra, maldição) é reconsiderado. Para superar o desgaste dos termos, algumas igrejas preferem ser chamadas de “comunidades”, os cultos são anunciados como “reuniões” ou “celebrações” e até a palavra “evangélico” tem sido preterida em favor de “cristão” – o termo mais radical. Nem todo mundo concorda, evidentemente. “Eles (os neopentecostais) é que não deveriam ser chamados de evangélicos”, afirma o bispo anglicano Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife. “Eles é que não têm laços históricos, teológicos ou éticos com os evangélicos.”
Um dos maiores estudiosos do fenômeno evangélico no Brasil, o sociólogo Ricardo Mariano (PUC-RS), vê como natural o embate entre neopentecostais e as lideranças de igrejas históricas. Ele lembra que, desde o final da década de 1980, quando o neopentecostalismo ganhou força no Brasil, os líderes das igrejas históricas se levantaram para desqualificar o movimento. “O problema é que não há nenhum órgão que regule ou fale em nome de todos os evangélicos, então ninguém tem autoridade para dizer o que é uma legítima igreja evangélica”, afirma.

“O que importa é buscar a essência do cristianismo, que acabou diluída porque as formas e hierarquias passaram a ser usadas para manipular pessoas”
MIGUEL UCHÔA, pastor anglicano (à esquerda na foto, ao lado do bispo Robinson Cavalcanti, da Diocese do Recife)
Procurado por ÉPOCA, Geraldo Tenuta, o Bispo Gê, presidente nacional da Igreja Renascer em Cristo, preferiu não entrar em discussões. “Jesus nos ensinou a não irmos contra aqueles que pregam o evangelho, a despeito de suas atitudes”, diz ele. “Desde o início, éramos acusados disto ou daquilo, primeiro porque admitíamos rock no altar, depois porque não tínhamos usos e costumes. Isso não nos preocupa. O que não é de Deus vai desaparecer, e não será por obra dos julgamentos.” A Igreja Universal do Reino de Deus – que, na terceira semana de julho, anunciou a construção de uma “réplica do Templo de Salomão” em São Paulo, com “pedras trazidas de Israel” e “maior do que a Catedral da Sé” – também foi procurada por ÉPOCA para comentar os movimentos emergentes e as críticas dirigidas à igreja. Por meio de sua assessoria, o bispo Edir Macedo enviou um e-mail com as palavras: “Sem resposta”.
O sociólogo Ricardo Mariano, autor do livro Neopentecostais: sociologia do novo pentecostalismo no Brasil (Editora Loyola), oferece uma explicação pragmática para a ruptura proposta pelo novo discurso evangélico. Ateu, ele afirma que o objetivo é a busca por uma certa elite intelectual, um público mais bem informado, universitário, mais culto que os telespectadores que enchem as igrejas populares. “Vivemos uma época em que o paciente pesquisa na internet antes de ir ao consultório e é capaz de discutir com o médico, questionar o professor”, diz. “Num ambiente assim, não tem como o pastor proibir nada. Ele joga para a consciência do fiel.”
A maior parte da movimentação crítica no meio evangélico acontece nas grandes cidades. O próprio pastor Kivitz afirma que “talvez não agisse da mesma forma se estivesse servindo alguma comunidade em um rincão do interior” e que o diálogo livre entre púlpito e auditório passa, necessariamente, por uma identificação cultural. “As pessoas não querem dogmas, elas querem honestidade”, diz ele. “As dúvidas delas são as minhas dúvidas. Minha postura é, juntos, buscarmos respostas satisfatórias a nossas inquietações.”
Por isso mesmo, Ricardo Mariano não vê comparação entre o apelo das novas igrejas protestantes e das neopentecostais. “O destino desses líderes será ‘pescar no aquário’, atraindo insatisfeitos vindos de outras igrejas, ou continuar falando para meia dúzia de pessoas”, diz ele. De acordo com o presbiteriano Ricardo Gouveia, “não há, ou não deveria haver, preocupação mercadológica” entre as igrejas históricas. “Não se trata de um produto a oferecer, que precise ocupar espaço no mercado”, diz ele. “Nossa preocupação é simplesmente anunciar o evangelho, e não tentar ‘melhorá-lo’ ou torná-lo mais interessante ou vendável.”
O advento da internet foi fundamental para pastores, seminaristas, músicos, líderes religiosos e leigos decidirem criar seus próprios sites, portais, comunidades e blogs. Um vídeo transmitido pela Igreja Universal em Portugal divulgando o Contrato da fé – um “documento”, “autenticado” pelos pastores, prometendo ao fiel a possibilidade de se “associar com Deus e ter de Deus os benefícios” – propagou-se pela rede, angariando toda sorte de comentários. Outro vídeo, em que o pregador americano Moris Cerullo, no programa do pastor Silas Malafaia, prometia uma “unção financeira dos últimos dias” em troca de quem “semear” um “compromisso” de R$ 900 também bombou na rede. Uma cópia da sentença do juiz federal Fausto De Sanctis (leia a entrevista com ele) condenando os líderes da Renascer Estevam e Sônia Hernandes por evasão de divisas circulou no final de 2009. De Sanctis afirmava que o casal “não se lastreia na preservação de valores de ética ou correção, apesar de professarem o evangelho”. “Vergonha alheia em doses quase insuportáveis” foi o comentário mais ameno entre os internautas.
Sites como Pavablog, Veshame Gospel, Irmãos.com, Púlpito Cristão, Caiofabio.net ou Cristianismo Criativo fazem circular vídeos, palestras e sermões e debatem doutrinas e notícias com alto nível de ousadia e autocrítica. De um grupo de blogueiros paulistanos, surgiu a ideia da Marcha pela ética, um protesto que ocorre há dois anos dentro da Marcha para Jesus (evento organizado pela Renascer). Vestidos de preto, jovens carregam faixas com textos bíblicos e frases como “O $how tem que parar” e “Jesus não está aqui, ele está nas favelas”.

“O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar. É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”
VALTER RAVARA, “ecocapelão”, criador do Instituto Gênesis 1.28 e da Bíblia verde
A maior parte desses blogueiros trafega entre assuntos tão diversos como teologia, política, televisão, cinema e música popular. O trânsito entre o “secular” e o “sagrado” é uma das características mais fortes desses novos evangélicos. “A espiritualidade cristã sempre teve a missão de resgatar a pessoa e fazê-la interagir e transformar a sociedade”, diz Ricardo Agreste. “Rompemos o ostracismo da igreja histórica tradicional, entramos em diálogo com a cultura e com os ícones e pensamento dessa cultura e estamos refletindo sobre tudo isso.”
Em São Paulo, o capelão Valter Ravara criou o Instituto Gênesis 1.28, uma organização que ministra cursos de conscientização ambiental em igrejas, escolas e centros comunitários. “É a proposta de Jesus, materializar o amor ao próximo no dia a dia”, afirma Ravara. “O homem sem Deus joga papel no chão? O cristão não deve jogar.” Ravara publicou em 2008 a Bíblia verde, com laminação biodegradável, papel de reflorestamento e encarte com textos sobre sustentabilidade.
A então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, escreveu o prefácio da Bíblia verde. Sua candidatura à Presidência da República angariou simpatia de blogueiros e tuiteiros, mas não o apoio formal da Assembleia de Deus, denominação a que ela pertence. A separação entre política e religião pregada por Marina é vista como um marco da nova inserção social evangélica. O vereador paulistano e evangélico Carlos Bezerra Jr. afirma que o dever do político cristão é “expressar o Reino de Deus” dentro da política. “É o oposto do que fazem as bancadas evangélicas no Congresso, que existem para conseguir facilidades para sua denominação e sustentar impérios eclesiásticos”, diz ele.

DA WEB ÀS RUAS
Blogueiros que organizam a Marcha pela ética, um movimento de protesto incrustado dentro da Marcha para Jesus, promovida pela Renascer
O raciocínio antissectário se espalhou para a música. Nomes como Palavrantiga, Crombie, Tanlan, Eduardo Mano, Helvio Sodré e Lucas Souza se definem apenas como “música feita por cristãos”, não mais como “gospel”. Eles rompem os limites entre os mercados evangélico e pop. O antissectarismo torna os evangélicos mais sensíveis a ações sociais, das parcerias com ONGs até uma comunidade funcionando em plena Cracolândia, no centro de São Paulo. “No fundo, nossa proposta é a mesma dos reformadores”, diz o presbiteriano Ricardo Gouveia. “É perceber o cristianismo como algo feito para viver na vida cotidiana, no nosso trabalho, na nossa cidadania, no nosso comportamento ético, e não dentro das quatro paredes de um templo.”
A teologia chama de “cristocêntrico” o movimento empreendido por esses crentes que tentam tirar o cristianismo das mãos da estrutura da igreja – visão conhecida como “eclesiocêntrica” – e devolvê-lo para a imaterialidade das coisas do espírito. É uma versão brasileiramente mais modesta do que a Igreja Católica viveu nos tempos da Reforma Protestante. Desta vez, porém, dirigida para a própria igreja protestante. Depois de tantos desvios, vozes internas levantaram-se para propor uma nova forma de enxergar o mundo. E, como efeito, de ser enxergadas por ele. Nas palavras do pastor Kivitz: “Marx e Freud nos convenceram de que, se alguém tem fé, só pode ser um estúpido infantil que espera que um Papai do Céu possa lhe suprir as carências. Mas hoje gostaríamos de dizer que o cristianismo tem, sim, espaço para contribuir com a construção de uma alternativa para a civilização que está aí. Uma sociedade que todo mundo espera, não apenas aqueles que buscam uma experiência religiosa”.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Igreja Emregente parte 2

Igreja emergente, a igreja do Pós-modernismo? - parte 2
Uma avaliação provisória
7/6/2010
Continuação da Parte 1

3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Carson afirma que a igreja emergente é essencialmente um movimento “de dentro” e se opõe à igreja evangélica tradicional característica das últimas décadas do século 20. Na visão dos líderes emergentes aquela forma de ser igreja é cativa dos conceitos do absolutismo da era moderna e o movimento emergente veio trazer a liberdade necessária para um cristianismo relevante na pós-modernidade. 37 Logo, uma das marcas principais do pensamento emergente é a aversão ao absolutismo, ou seja, a forma de pensar do modernismo, que admite o conceito de verdade absoluta com bases fundacionalistas. Consequentemente, esse movimento apresenta uma série de características comuns, algumas das quais são relacionadas abaixo.
3.1 Pluralismo
Como foi dito anteriormente, a questão central nesta discussão envolve categorias epistemológicas. A proposta emergente enfatiza os sentimentos e afeições sobre o pensamento linear e a racionalidade; a experiência em contraposição à verdade; a inclusão ao invés da exclusão; a participação em contrapartida ao individualismo. Essas seriam as bases para afastar a crença cristã na verdade “absoluta” e levar à autenticidade, ao “novo tipo de cristão”, pregado por McLaren. Assim, a característica dominante da igreja emergente é a não afirmação de absolutos e a aceitação das diferenças, a saber, a marca fundamental do pluralismo pós-moderno.
Grande parte das obras escritas pelos líderes emergentes demonstra o tipo de pluralismo desejado. O subtítulo do livro de McLaren, A Generous Orthodoxy, revela o espírito que projeta a sua teologia:
Por que sou um cristão missional, evangélico, pós-protestante, liberal-conservador, místico-poético, bíblico, carismático-contemplativo, fandamentalistacalvinista, anabatista-anglicano, metodista, católico, verde, encarnacional, deprimido-mas-esperançoso, emergente e inacabado.
Cada uma dessas expressões transforma-se em título de um dos capítulos do livro de McLaren, no qual ele aplica as categorias do que chama de "pensamento emergente". Segundo ele, o relativismo e o pluralismo filosófico não permitem que o cristão permaneça fiel à Escritura. Por outro lado, o pensamento moderno está morto e as críticas ao absolutismo modernista são muito fortes, sem possibilidade de serem combatidas. A única saída, segundo ele, é o pensamento emergente da ortodoxia generosa, como citado anteriormente: "Pense em um corte transversal numa árvore. Cada anel representa, não a substituição dos anéis anteriores, não a sua rejeição, mas a sua adoção, a sua inclusão em algo maior".
Nesse sentido, no pensamento emergente nunca se chega a um ponto final, mas emerge-se em algo novo, sempre plural, sempre inclusivo. Simon Hall, líder da comunidade Revive, em Leeds, Reino Unido, afirma:
Meu alvo para a comunidade não é ser "pós" tudo. Nós somos evangélicos e carismáticos e liberais e ortodoxos e contemplativos e ligados à justiça social e ao culto alternativo.
Essa postura ilustra claramente o tipo de pluralismo almejado nessas comunidades.

3.2 Protesto
A marca do pluralismo leva o movimento emergente a uma posição de protesto. Praticamente toda a sua liderança vem de dentro da base do cristianismo evangélico tradicional e fundamentalista e manifesta o seu descontentamento com a instituição de origem. Da mesma forma como vimos a respeito de Kimball e sua percepção descontente com a igreja tradicional, Mike Yaconelli editou Stories of Emergence: Moving from Absolute to Authentic (Histórias de emergência: movendo-se do absoluto para o autêntico). No livro, encontram-se narrativas de vários líderes emergentes que possuem um tom semelhante: a autenticidade não estava presente na igreja. O próprio nome da igreja de Kimball reflete essa ideia, pois Vintage significa algo genuíno, de qualidade, em oposição à igreja "enlatada" e supostamente não genuína do século 20. Para McLaren o que os evangélicos precisam é do novo cristão, de uma nova forma de seguir a Jesus que emerge dos escombros do cristianismo dividido por lutas teológicas, da negligência das responsabilidades sociais e da tirania do capitalismo conservador da modernidade. Para ele,
Cada um desses novos desafios [da pós-modernidade] requer que os líderes cristãos criem novas formas, novos métodos, novas estruturas – e requer deles que encontrem novo conteúdo, novas ideias, novas verdades e novo significado que sustente os novos desafios. As novas mensagens não são incompatíveis com o evangelho do reino que Jesus ensinou. Não, elas são inerentes a ele, mas previamente eram não descobertas, não expressas, talvez não imaginadas.
O conceito de uma cosmovisão integral com valores objetivos e absolutos é impossível de ser vivido de maneira coerente e relevante nos tempos da pós-modernidade. O protesto, então, é resultado da forma incoerente como vive o cristianismo que se diz bíblico. Esta inquietação é relatada quando McLaren diz que
Através desses anos [de ministério] um sentimento desconfortável começou a me mostrar que o retrato de Jesus que eu encontrei no Novo Testamento não se encaixava com a imagem do cristianismo projetada pelas instituições religiosas, tele-evangelistas carismáticos, representantes religiosos na mídia – e, às vezes, minha própria pregação.
Carson expõe o protesto do movimento emergente em três frentes:
1. Protesto contra a igreja evangélica tradicional,
2. Protesto contra a forma como interpreta o modernismo e
3. Protesto contra a igreja "seeker-sensitive".
4. Protesto contra os conceitos de autoridade e hierarquia(do autor do texto)
Além dos três pontos observados por Carson, destaco o protesto contra os conceitos de autoridade e hierarquia. É comum encontrar nos relatos emergentes a noção de que as estruturas eclesiásticas do modernismo e suas hierarquias são antibíblicas. Em igrejas emergentes não se encontram pastores "efetivos" ou principais. Até mesmo na liderança do movimento encontra-se o constante debate. Quando Tony Jones foi apontado como diretor nacional do site emergent-US, houve grande debate e acusações de que o movimento estaria caminhando para aquilo que ele negava em sua essência: estruturas hierárquicas. Depois do debate o seu título foi mudado para "coordenador nacional" do movimento emergent-US.
Esse perfil de protesto marca o movimento como desconstrucionista. A igreja evangélica no final do século 20 precisa ser desconstruída para ser reconstruída, a começar dos conceitos de verdade absoluta que a mesma mantém. Para Kimball a igreja vive um momento de transição entre o modernismo e pós-modernismo e isto exige que as bases do cristianismo moderno sejam realinhadas para a geração pós-moderna. O cristianismo do modernismo é fundamentado no monoteísmo racional e na religião proposicional, com uma sistemática local e uma verdade individualista. Já na era pós-moderna o cristianismo se fundamentará no pluralismo experimental, na narrativa mística, fluida, global, e na preferência comunal/tribal. Quanto mais as gerações se afastam do modernismo, menos terão condições de compreender as propostas do cristianismo daquela época. Logo, afirmam Gibbs e Bolger:
As igrejas emergentes estão diante de uma tarefa formidável à medida que se esforçam para distinguir entre as partes da vida da igreja que tem as suas raízes na cultura moderna, a serem descartadas, e as partes que são evangelho e devem ser mantidas.
Esse protesto soma-se ao protesto contra a teologia sistemática. Segundo McLaren:
As teologias sistemáticas são construções maravilhosas do fim do período medieval-moderno; para mim, são como as catedrais do tempo medieval. Embora poucos de nós adoremos em catedrais, nós as valorizamos e sabemos que deveriam ser preservadas pela sua beleza. A simetria intelectual e a grande estrutura das teologias sistemáticas igualmente deveriam ser preservadas e admiradas. Mas o meu palpite (e esperança) é que não vamos viver de teologia sistemática somente, no futuro, mas vamos aprender como habitar a história bíblica... e aplicá-la em nossas vidas.
Logo, o protesto emerge em todas as frentes, desde as estruturas geradas pela teologia evangélica até a própria teologia per se e a base epistemológica sobre a qual ela está fundamentada.

3.3 Missional
O termo missional é frequente na literatura emergente. Quase todas as descrições feitas do movimento também apontam para esta como outra de suas principais características. Nesse contexto, um dos conceitos básicos de "ser missional" é ser autêntico. Gibbs e Bolger descrevem as igrejas emergentes como
comunidades que praticam o caminho de Jesus dentro das culturas pós-modernas. Essa definição envolve nove práticas.
Nove práticas das Igrejas emergentes:
(1) identificam-se com a vida de Jesus,
(2) transformam o ambiente secular e
(3) vivem vidas comunitárias intensas. Por causa dessas três atividades, elas:
(4) acolhem os estranhos,
(5) servem com generosidade,
(6) participam como produtoras,
(7) criam como seres criados,
(8) lideram como um corpo e
(9) tomam parte nas atividades espirituais.

Na verdade, esse é um aspecto positivo do movimento, exatamente por demonstrar uma intensa preocupação com os incrédulos e uma considerável eficiência no alcance de não cristãos. Por outro lado, as ênfases tendem a levar os grupos a uma relação extremamente horizontal, na qual a pregação do evangelho e a ação social, por exemplo, tornam-se indistintas e os discursos quase que se confundem, em nova embalagem, com os da teologia da libertação.
Assim sendo, a ação social, como ato de amor, já é pregação e pode dispensar a proclamação. Gibbs e Bolger afirmam que a única metanarrativa viável é a missio Dei, que "redime a nossa realidade material, acolhe os estranhos, compartilha generosamente, capacita, ouve, dá espaço e oferece a verdadeira liberdade". Essa característica revelaria a natureza "encarnada" do cristianismo, da mesma forma que Jesus andou entre as pessoas pobres e rejeitadas e foi parte da sua transformação social. Essa confusão pode também ser percebida nos escritos de McLaren. Para ele:
... a fé cristã missional afirma que Jesus não veio tornar algumas pessoas salvas e outras condenadas. Jesus não veio ajudar algumas pessoas a serem corretas enquanto deixa todas as demais erradas. Jesus não veio para criar outra religião exclusiva – o judaísmo estando exclusivamente baseado na genética e o cristianismo estando baseado exclusivamente na crença (o que pode ser um requisito mais difícil do que a genética).
Nesse sentido, ser missional é ser absolutamente inclusivista. A base bíblica usada pelo autor é o chamado de Abrão, quando Deus prometeu abençoá-lo e fazer dele uma bênção para todas as nações. Tomar esta bênção e enfatizá-la em detrimento da segunda parte (em ti serão abençoadas todas as nações da terra) é não ser missional, nem generoso e nem ortodoxo, ou seja, receber a bênção implica em distribuí-la generosamente a todos, sem exigir nada de volta. A bênção, nesse sentido, não é simplesmente levar o evangelho de Cristo, mas agir como se todos os que estão à nossa volta já tivessem recebido a bênção. Em algumas dessas comunidades o princípio usado é de que nenhum aspecto das ações internas da comunidade deveria fazer com que um de seus membros tivesse vergonha de levar um amigo à reunião ou culto. Na igreja moderna a ordem seria crer e depois pertencer. No movimento emergente a ideia é primeiro pertencer e depois crer.

3.4 Linguagem, culto e pregação
Uma das características visíveis da igreja emergente está no seu uso da linguagem e na sua forma de manifestação de culto, que são prontamente observáveis nos sites e literatura. Kimball tem vários capítulos descritivos em seu livro e nesta seção utilizo bastante o seu material. Um dos argumentos fundamentais é que a comunicação para a mente pós-moderna não pode acontecer de forma linear. Para a geração que cresce nos tempos contemporâneos a comunicação precisa acontecer em forma de rede, como um site na internet, onde as possibilidades de continuidade são inúmeras e, na verdade, ninguém sabe onde ela vai terminar. Uma das propostas fundamentais na comunicação emergente é a criação de um culto experimental e multissensorial, numa atmosfera trabalhada por luzes, velas, símbolos, mensagens multimídia, arte estática e em movimento, espontânea e participativa, dando sempre lugar à experiência. Isto seria uma reação ao culto na igreja moderna que coloca os adoradores mais como expectadores e que exige muito pouco envolvimento no ato de adoração. Na "Liquid Church" (Igreja líquida), por exemplo, o culto é descrito como "Intenso e apaixonado. Sonhador e reflexivo".
Os elementos de culto propostos por Kimball em Emerging church parecem ser sérios e ponderados. Há um incentivo ao uso da música sem permitir que a letra seja esquecida, bem como as leituras bíblicas feitas antes dos cânticos, as ofertas, a Santa Ceia, a leitura de credos e a oração. Além do mais, um capítulo inteiro do livro é dedicado à forma da pregação. Existem vários aspectos positivos nas declarações feitas por Kimball, como, por exemplo, o fato de que no ato de cantar não se deve ser apenas um observador, alheio ao que se está cantando. Em sua comunidade, os músicos costumam ficar ao fundo do auditório para não se tornarem o foco durante os cânticos e não darem a impressão de uma apresentação musical. Contudo, junto a tudo isto ocorrem várias práticas estranhas ao protestantismo histórico e que se associam mais ao catolicismo romano, algumas delas bem características do misticismo medieval e até pagãs. Um dos exemplos oferecidos pelo próprio autor do livro é a queima de incenso durante a experiência das ofertas, dando ao adorador a noção de que "as suas orações e ofertas estavam, na verdade, subindo a Deus como um aroma agradável".
Várias das igrejas emergentes encontradas na internet também possuem as suas estações de oração nas quais os participantes circulam, dando "passos de oração". Segundo Kimball, em um dos programas de sua igreja as estações representavam cada uma das disciplinas ou aspectos de uma vida cristã sadia. Encontravam-se nelas objetos relacionados ao seu tema. Em uma das estações, descreve Kimball, colocaram uma cruz feita de espelhos onde cada um poderia contemplar-se na cruz e ter uma noção de como Cristo havia levado os pecados nela. Todo o experimentalismo tem como objetivo atrair o jovem pós-moderno em busca de experiências sensoriais e levar-lhe a mensagem do evangelho.
Todavia, Kimball adverte contra o perigo das experiências chamarem mais atenção para si mesmas do que para Jesus. Existem, inclusive, sugestões de como o ambiente de culto pode ser preparado para oferecer uma atmosfera mais favorável ao culto multissensorial. Propõe-se a não linearidade dos assentos, mas a circularidade do ambiente e a presença de simbologia por todos os lados. Dentro de todo este contexto encontramos muito da busca de uma "nova espiritualidade" mística. A prática da "oração contemplativa", em que a união mística com Deus é buscada através da meditação com a repetição de mantras, é incentivada por ministérios que têm sido formadores dentro do movimento, especialmente o Youth Specialties, fundado por Mike Yaconelli, que promove retiros contemplativos para jovens.
Lendo partes do capítulo sobre a pregação, poder-se-ia confundi-lo como o desafio de um pregador reformado que conclama ao retorno à pregação bíblica profunda. De fato, Kimball condena a superficialidade da pregação nas igrejas das últimas décadas e mostra a necessidade de voltar à exposição bíblica como forma de ensino para o povo de Deus. O problema aparece, no entanto, quando a proposta de pregação se volta para o estilo narrativo e são apresentadas as diferenças entre a pregação da igreja moderna e aquela a ser praticada na igreja emergente. Ele afirma que na igreja moderna o "sermão é o ponto focal do culto" enquanto que na igreja emergente "o sermão é uma parte da experiência do ajuntamento de culto"; "o pregador serve como um despenseiro das verdades bíblicas para ajudar a resolver problemas pessoais na vida moderna... [ele] ensina como a sabedoria antiga da Escritura se aplica à vivência do reino como um discípulo de Jesus"; "a mensagem bíblica é comunicada primariamente por palavras... [ela] é comunicada por um misto de palavras, elementos visuais, artes, silêncio, testemunho e história". Nesse sentido, a pregação no culto cristão deixa de ser uma exposição objetiva da verdade para ser a experiência individual de uma espiritualidade impossível de ser definida. O conteúdo da pregação emergente, para ser relevante, vê a Bíblia como "uma narrativa viva que ilumina a nossa história e não como uma verdade proposicional que deve ser observada".

4. AVALIAÇÃO PRELIMINAR
Como foi proposto no início, este artigo tem somente a intenção de oferecer uma avaliação preliminar, tendo em vista que muito do que ainda vamos entender por igreja emergente está por vir. Do que até agora se configura como tal, podemos destacar pontos positivos e negativos do movimento.
A busca da comunicação efetiva dentro da cultura é, com certeza, um ponto que deve levar a igreja à reflexão, e nisto o movimento emergente nos chama a atenção. O perigo de tornar-se irrelevante é sempre presente para a igreja em qualquer tempo e, com certeza, a igreja de "nosso tempo" deixa de falar efetivamente em muitas situações, principalmente pelo medo de expor-se e viver no mundo. Conforme a oração do Senhor em João 17, não somos do mundo, mas vivemos nele e nele temos que pregar o evangelho de Cristo.
Essa pregação precisa ser compreensível e relevante, e o uso de uma linguagem efetiva e compreensível ao homem dos dias de hoje é fundamental. O lado negativo desse aspecto, parece-me, é que o movimento emergente prega um tipo de "relevância a qualquer custo". Para ser relevante, o movimento (ou aqueles que são reconhecidos como seus líderes) tem proposto a negação de fundamentos bíblicos essenciais, como a caracterização da verdade bíblica.
Alguns teólogos tem sido o referencial para o desenvolvimento desse tipo de pensamento, entre eles Stanley Grenz. Outro ponto importante é o desejo da chamada igreja emergente de ser missional. Se as comunidades emergentes tomarem o termo missional como o desejo de autenticidade, a negação da hipocrisia e do espírito farisaico e a vontade de não manter estruturas que facilitem esse estado de coisas, estarão, com certeza, mais próximas de apresentar o verdadeiro evangelho com impacto em meio à sua geração e cultura. Creio que algumas delas provavelmente o farão. O lado negativo, no entanto, está na adoção do conceito missional inclusivista. Essa proposta leva o movimento ao radicalismo do antirradicalismo, a ponto de propor que a mensagem do evangelho de Cristo não é radical, do tipo "quem não é por mim é contra mim", mas uma mensagem condescendente, receptiva de diferenças e não condenatória. Afinal, nesse sistema de pensamento tudo o que se propõe como exclusivo é considerado preconceituoso. Outro aspecto positivo do desejo missional é o envolvimento das comunidades com ações de caráter social que, de fato, ajudam e tocam as classes menos favorecidas da sociedade, buscando a erradicação da fome e da pobreza. Todavia, como todo envolvimento da igreja em causas sociais, as comunidades emergentes correm o risco de fazerem da causa social tanto o seu fim último como a sua motivação primeira.
Em que pesem os aspectos positivos do movimento, a sua fundamentação filosófico-teológica nos faz avaliar a sua proposta geral como mais negativa do que positiva. A adoção da mentalidade pós-modernista e do pluralismo da verdade nega, no seu cerne, a proposta bíblica e seus absolutos. Entre os pensadores emergentes está clara a proposta do pluralismo da verdade, no qual "o conhecimento não mais é visto como verdade absoluta; ao contrário, o conhecimento é visto em termos de reorganizar informações em novos paradigmas".
A crença em absolutos não é um marco ou privilégio da igreja moderna, mas é fruto da revelação objetiva de Deus através dos séculos. Outro grande perigo apresentado pelo movimento é a adoção de práticas pagãs na igreja. As práticas de meditação e contemplação propostas por muitos de seus líderes são contrárias aos ensinamentos da Escritura e se configuram como tentativas idólatras de alcançar a divindade. É preocupante ver os passos que estão sendo dados em nome de uma busca espiritual que desconsidera a Escritura como fonte de toda a verdade. Pode a igreja viver assim? Não creio. Uma igreja em que o fundamento básico, a verdade, está solapado, não poderá sobreviver, porque necessariamente deixará de ser igreja. Portanto, a igreja emergente, seja como movimento ou como igreja, deve passar, assim como já passaram muitos outros movimentos contemporâneos que começaram como "a resposta" para os problemas da igreja. A negação aberta das características de autoridade, convicções e expressão doutrinal clara apontam para a direção oposta do que as Escrituras afirmam e a igreja experimentou e comprovou durante toda a sua história.

ABSTRACT
This article attempts to make a preliminary analysis of the movement known as the "emergent church" and to identify the main influences it received. The first purpose of the article is to define the movement, however difficult this may seem due to its postmodern characteristics. After an initial definition, the author deals with the origins of the movement and its significance. He also addresses its main characteristics and analyzes its philosophy through the eyes of its main proponents. The most outstanding traits of the movement can be summarized in its attitudes of pluralism and protest as demonstrated by its mission definition, language, worship, and preaching.

KEYWORDS
Emmergent church; Postmodernism; Metanarrative; Pluralism; Culture; Inclusivism; Missional; Contemplative; Paganism.
____________________________________________________________________________
Notas
37 CARSON, Igreja emergente, p. 32-33.
38 McLAREN, A generous orthodoxy, p. 276-277.
39 Entrevista citada em GIBBS e BOLGER, Emerging churches, p. 38-39.
40 YACONELLI, Mike (ed.). Stories of emergence: moving from absolute to authentic. Grand Rapids: Zondervan, 2003.
41 McLAREN, Generous orthodoxy, p. 192-193.
42 McLAREN, Brian. The secret message of Jesus: uncovering the truth that could change everything. Nashville: W Publishing Group, 2006.
43 CARSON, Igreja emergente, p. 42-48.
44 Ibid., p. 42. O desconstrucionismo é o método de pensamento da pós-modernidade, que sempre parte da hermenêutica da suspeita.
45 KIMBALL, Emerging church, p. 58-61.
46 GIBBS e BOLGER, Emerging churches, p. 88.
47 McLaren, em comentário no livro de KIMBALL, Emerging churches, p. 177.
48 GIBBS e BOLGER, Emerging churches, p. 44-45.
49 Emerging churches, p. 46.
50 McLaren, Generous orthodoxy, p. 109-110.
51 Ibid., p. 110.
52 Liquid Church, Our Worship.
Em: http://liquidchurch.typepad.com/liquidchurch/06_our_worship_/index.html. Acesso em 7 abr. 2006.
53 KIMBALL, Emerging church, p. 161.
54 Ibid., p. 168.
55 Ibid., p. 249. No final do livro o autor chega a propor um esboço de planta para reuniões emergentes.
56 Ver os sites http://www.youthspecialties.com e a gama de eventos em http://ymsp.org/events/
index.html. Os direitos sobre as publicações de Yaconelli e do Youth Specialties foram adquiridos recentemente pela Editora Zondervan. Sobre a “oração contemplativa”, sua história e prática, ver o site Contemplative Outreach, http://www.centeringprayer.com/. Ver o que é recomendado por PERSCHON, Mike, em Contemplative Prayer Practices,
http://www.youthspecialties.com/articles/topics/spirituality/contemplative.php (acesso em 22 maio 2006). Entre as recomendações estão as práticas de respiraçãoprofunda, Lectio Divina, contemplação inaciana, labirintos, Taizé e Iona.
57 KIMBALL, Emerging churches, p. 175.
58 FROST, Pamela. The emerging church – the invasion of mysticism. Trabalho não publicado, apresentado na conferência Christian Witness for a Pagan Planet (Testemunho cristão para um planeta pagão), janeiro de 2006, Escondido, Califórnia.
59 Ver, GRENZ, Stanley, Renewing the center: evangelical theology in a post-theological era. Grand Rapids: Baker, 2000. Outros teólogos que tem servido à proposta pós-moderna são Roger Olson, Nancey Murphy e John Franke.
60 VEITH, Gene Edward Jr. Tempos pós-modernos. São Paulo, SP: Cultura Cristã, 1999, p.42 e 50.

quinta-feira, 1 de julho de 2010

Geração Narcisista: o eu como Deus.

Como vamos lidar com uma geração que, além de matar Deus, tem feito a si mesma Deus?

A solução é que deveríamos recolocar o homem em seu devido lugar: subordinado a Deus e subordinado ao outro.
Amar é ser subordinado, amar é se sacrificar, amar é I Coríntios 13:
4 O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
5 Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
6 Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
7 Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.
8 O amor nunca falha;

A luz deste texto precisamos reavaliar como temos nos relacionado e como temos vivido nossas vidas. Somos exemplos para nossos filhos? Falamos e fazemos? Temos tido limites e dado limites?
Deus nos ajude a não reproduzir uma geração narcisista e sim altruísta.

Leia a matéria abaixo do Globo(muito boa)

COMPORTAMENTO
Psicanalistas alertam para problemas da Geração Narcisista, formada por crianças que só recebem elogios e não batalham por nadaPublicada em 01/07/2010 às 13h53m
O Globo com agências internacionais

ESTADOS UNIDOS - Psicanalistas e psiquiatras americanos alertam para um problema que vem se agravando ao longo dos últimos 15 anos e chega agora ao seu ápice: a chamada Geração Narcisista. São crianças que recebem elogios e são premiadas por qualquer conquista, mesmo aquelas que em outros tempos não passavam de obrigações, como tirar boas notas, ajudar com as tarefas da casa ou comportar-se bem. Segundo Rob Asghar, autor de "Lições da Guerra Santa", em artigo no " The Huffington Post ", o movimento de se elogiar o tempo todo as crianças por conquistas imaginárias está associado à tendência "E" ("entitled", de acumular títulos) e os responsáveis por isso são, sim, os pais.
Um dos maiores vilões da Geração Narcisista, mostram os psicanalistas, é o culto exagerado à autoestima. O que Rob Asghar percebeu é que não batalhar para ser aprovado pode gerar cidadãos até ajustados. Mas, segundo ele, todos os empregadores em busca de novos funcionários são unânimes em afirmar que os jovens não sabem se empenhar para conquistar nada nos dias de hoje. Querem tudo de mão beijada e já se sentem, de antemão, elogiados.
Bill Maier, um terapeuta de família do Colorado especializado em treinamento dos pais, disse que está chocado com o aumento do que ele chama de pais permissivos. Esses pais falham no dever de estabelecer limites para os filhos:
- Esse tipo de pai e mão não consegue estabelecer limites para o comportamento da criança. Até mesmo para comportamentos que não são saudáveis, são perigosos ou destruitivos. Esses pais estão tão preocupados em serem amados por seus filhos que pagam por qualquer capricho das crianças - explica Maier.
Maier diz que há um efeito cascata nesse tipo de comportamento dos pais:
- Mesmo que você faça um bom trabalho, o universo que cerca o seu filho será o de crianças que têm pais permissivos e isso vai gerar uma influência sobre o seu: pense sobre o bullying, sobre as trapaças dos colegas de classe, de abusos de namorados ou namoradas.
Joanne Weidman, terapeuta de família da Califórnia, disse que o narcisismo que existe entre os pequenos é resultado de uma tendência narcisista de seus próprios pais. E atribui aos pais uma acomodação com relação à educação dos filhos e expectativas irreais sobre o sucesso deles que são extremamente prejudiciais.
Os sinais estão em competições tolas entre os próprios pais - do tipo quem faz a maior e melhor festa para uma criança de 2 anos que não tem nem condições de aproveitar a comemoração.
- Temos crianças com uma prateleira cheia de troféus e uma casa cheia de fotos de todos os seus movimentos, mas nenhuma ideia de quem eles realmente sejam - explica Weidman

domingo, 30 de maio de 2010

Eleições 2010 / Marina Silva

As eleições estão ai e precisamos tomar nossas decisões de em quem votar.
Teremos neste ano praticamente três opções de voto pra presidente, Dilma, Serra e Marina Silva.
Vejam uma declaração da Marina abaixo e façam suas próprias considerações. Eu tenho gostado muito de sua postura e palavras geralmente bem acertadas.
Um abraço!


Em culto evangélico, Marina Silva diz que não usará igreja como palanque e pede a fiéis que não 'satanizem' Serra e Dilma
Publicada em 30/05/2010 às 12h44m
Silvia Amorim


MOGI GUAÇU - A pré-candidata do PV à Presidência, Marina Silva, participou neste domingo de um culto da Assembleia de Deus, em Mogi Guaçu, no interior de São Paulo. Apesar de os discursos que a antecederam terem tido clara conotação eleitoral, ela disse que não vai usar a igreja para fazer campanha.

"
Eu tenho dito que não vou fazer do púlpito palanque
"
--------------------------------------------------------------------------------
- Eu tenho dito que não vou fazer do púlpito palanque. Por isso, fiz questão de falar aqui com a palavra de Deus - disse Marina, que é evangélica.

O pastor Dilmo dos Santos, candidato a deputado estadual, praticamente "elegeu" Marina em sua fala.

- A senhora não será a futura, mas a próxima presidente do Brasil - afirmou.

Em quase 40 minutos de pronunciamento, Marina se limitou a falar de sua trajetória de vida, sempre pontuada por trechos da Bíblia. Somente no final, ela fez referência às eleições.

"
O mesmo Deus que me ama é o Deus que ama a Dilma, ama o Serra
"
--------------------------------------------------------------------------------
Depois de assumir o compromisso de não misturar religião e política, a pré-candidata pediu aos presentes que não "satanizassem" José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), seu adversários na corrida ao Palácio do Planalto.



- Eu não quero que façamos qualquer tipo de satanização com aqueles que não partilham da mesma fé em Deus. O mesmo Deus que me ama é o Deus que ama a Dilma, ama o Serra e ama todas as pessoas - pediu.

Em entrevista, Marina afirmou não ter medo de ser acusada de usar a sua condição de evangélica para levar vantagem nas urnas.

- Eu não temo. É por princípio. Isso não é de agora. Isso foi sempre desde que me converti - declarou.

A presidenciável evitou criticar Serra e Dilma por participarem de eventos evangélicos.

- Essas pessoas são convidadas, se são convidadas, cada um faz o desempenho que lhe aprouve - disse.

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Igreja Emergente

Queridos esta nova postagem é um artigo principalmente para os meus alunos do Betel, pois abordo um movimento chamado Ireja Emergente que vai tentar se adaptar a cultura pós-moderna.
O Artigo é muito bom, mas não sei o quanto que este movimento será bom ou nocivo ao Cristianismo.
Vou me aprofundar no assunto e volto a publicar mais artigos sobre o assunto.
PAZ
10/5/2010
IGREJA EMERGENTE, A IGREJA DO PÓS-MODERNISMO? - UMA AVALIAÇÃO PROVISÓRIA
por: Mauro Meister
http://www.vidanova.com.br/teologiadet.asp?codigo=164

RESUMO
Este artigo procura fazer uma análise preliminar do movimento denominado “igreja emergente” e identificar quais são as principais influências que recebeu. Ainda que seja difícil definir o movimento, por causa de suas características pós-modernas, essa é a primeira proposta do artigo. Após uma definição preliminar, o autor apresenta a origem e representatividade do movimento, além de suas principais características, analisando a sua filosofia pelos olhos dos seus principais proponentes. As características mais destacadas do movimento resumem-se em suas atitudes de pluralismo e protesto, demonstradas através de sua definição missional, uso da linguagem, expressão de culto e pregação.
PALAVRAS-CHAVE
Igreja emergente; Pós-modernismo; Metanarrativa; Pluralismo; Cultura; Inclusivismo; Missional; Contemplativo; Paganismo.
INTRODUÇÃO
Há alguns meses, se eu ouvisse a expressão “igreja emergente” certamente pensaria que se tratava de algum estudo sobre a igreja neotestamentária nos primeiros séculos da era cristã. Hoje, depois de pensar que estive fechado em um quarto sem receber notícias do mundo por vários anos, sei que a igreja emergente é um movimento em expansão dentro da igreja evangélica nas duas últimas décadas. O chamado movimento da igreja emergente já tem até mesmo uma associação brasileira, fundada informalmente em janeiro de 2006, nos seguintes termos:
Convenção Brasileira de Igrejas Emergentes: Foi iniciada no dia 2 de janeiro de 2006, com apoio da Emergent Village dos EUA, a Convenção Brasileira de Igrejas Emergentes, com o propósito de apoiar pessoas que desejam iniciar novas Igrejas no Brasil, proporcionar contatos de líderes brasileiros com líderes americanos e fornecer material para pessoas interessadas em Igrejas Emergentes. Após o resultado de pesquisas feitas no Brasil, foi possível detectar algumas pessoas que já estão a par do assunto e ansiosas para iniciarem uma Igreja Emergente. Com isso a nossa Convenção deseja contatar com algumas delas para começar uma conversação sobre o assunto e proporcionar apoio para as mesmas. Se você deseja nos apoiar e ser apoiado, entre em contato conosco: igrejaemergente@hotmail.com . 1
Já se encontra disponível uma bibliografia relativamente extensa sobre o assunto,2 especialmente em inglês, e também alguns poucos artigos em periódicos teológicos.

Existe um notável interesse por parte de estudiosos quanto ao movimento, analisando-o e buscando as pontes para uma aproximação. 3

Provavelmente a obra mais completa sobre o assunto foi publicada por dois professores do Fuller Theological Seminary, Eddie Gibbs e Ryan Bolger, sob o título Emerging churches, um projeto de pesquisa que durou cinco anos e abrange os Estados Unidos da América e o Reino Unido. 4

Os autores reconhecem que o movimento extrapola a área geográfica a que dedicaram a pesquisa e admitem que não teriam como realizar uma pesquisa mais extensa do que a apresentada. Sua abordagem do movimento é simpática e positiva. Já D. A. Carson, em seu texto Becoming Conversant with the Emerging church: Understanding a Movement and its Implications, tem uma abordagem mais cautelosa, apontando alguns pontos positivos e tecendo longos comentários sobre os perigos que o movimento representa para a fé cristã bíblica. A pesquisa de Carson, ao contrário da realizada por Bolger e Gibbs, é bibliográfica e concentra-se de modo especial no aspecto filosófico do movimento.

A intenção deste artigo é: (1) entender, ainda que de maneira introdutória, o movimento da igreja emergente a partir da bibliografia sobre o assunto e (2) avaliar a influência desse movimento e seus princípios no contexto brasileiro.
1. DEFINIÇÃO
Por ser um movimento característico da pós-modernidade, a igreja emergente é difícil de ser definida e alguns autores até mesmo hesitam em dizer que ela pode ser caracterizada como um movimento.5 Os próprios envolvidos preferem se caracterizar como uma “conversação” emergente. Há que se lembrar que o pós-modernismo é caracterizado pela negação da possibilidade de qualquer metanarrativa abrangente.6 No ambiente pós-moderno o pluralismo relativista domina o cenário das ideias, negando a possibilidade de um único caminho,7 a possibilidade de regras fixas. As características de fluidez, imprecisão e falta de um padrão que possa abranger todas as comunidades que se reconhecem como emergentes tornam a tarefa da definição ainda mais difícil. Por outro lado, é impossível deixar de observar que um número cada vez maior de comunidades com origens dentro do cristianismo chamam a si mesmas de emergentes. Seguindo a tese de Carson – “sempre que surge um movimento cristão que se apresenta como reformista ele não deve ser sumariamente descartado” 8 –, faz-se necessário um esforço na busca de compreender o que caracteriza de fato esses movimentos emergentes.

No que diz respeito à história, Gibbs e Bolger afirmam que o termo igreja emergente foi usado pela primeira vez por Karen Ward (Igreja dos Apóstolos, Seattle), quando ela criou um site na Internet denominado EmergingChurch.org. 9

Segundo os autores, não havia qualquer intenção de se criar um movimento cristão com esse ato, mas foi assim que o nome terminou sendo empregado. A intenção de Ward era somente manifestar a sua inquietude e frustração com a igreja evangélica no início dos anos 90. Já no final daquela década, Brian McLaren, um dos nomes mais reconhecidos dentro do movimento,10 começou a usar o termo “emergente” em seus livros, especialmente quando escreveu A Generous Orthodoxy. Para McLaren era necessário que a igreja descobrisse e desenvolvesse uma ortodoxia diferente da ortodoxia praticada pela igreja evangélica durante o período do modernismo. Era necessário, segundo ele, desenvolver uma ortodoxia generosa em oposição à ortodoxia inflexível do período moderno. Ele afirma:
O significado de emergente é uma parte essencial do ecossistema da ortodoxia generosa... Pense em um corte transversal numa árvore. Cada anel representa, não a substituição dos anéis anteriores, não a sua rejeição, mas a sua adoção, a sua inclusão em algo maior. 11
Segundo esse autor, a ideia de uma “ortodoxia generosa” seria a expressão mais abrangente do conceito de cristianismo, uma expressão inclusivista/pluralista, característica da Pós-modernidade e, portanto, um sistema cristão adaptado ao seu tempo. Cabe destacar que a proposta de McLaren aponta para uma mudança profunda do que estava acontecendo até então no meio evangélico, o reflexo de uma nova mentalidade que está se consolidando na Pós-modernidade. Ainda que se encontrassem grandes diferenças entre as comunidades cristãs no período moderno, as propostas do cristianismo evangélico das décadas de 80 e 90 do século passado eram basicamente diferenciadas pelas características daquela geração. Ainda que valores estéticos e teológicos fossem diferentes, havia a possibilidade de identificação pontual dessas diferenças, ou seja, o cerne ainda permanecia o mesmo.

Essas diferenças se davam mais por estilo e estrutura teológica do que por uma abordagem filosófica da vida como um todo. Necessitando adaptar-se ao seu tempo, as igrejas consideradas evangélicas tinham confissões bíblicas diferentes e estilos de culto, música, pregação e eclesiologia que eram destinados a diferentes públicos, mas mantinham uma base comum. Nesse período formou-se a “igreja dentro da igreja”,13 para satisfazer anseios de gerações diferentes, mas ainda era a mesma igreja. Várias dessas comunidades passaram a enfatizar os ministérios para jovens adultos, a adotar estilos “com propósitos”, modelos de igreja em células e tantas outras propostas surgidas nesse tempo. 14 No entanto, Dan Kimball defende que esses modelos tiveram um tempo curto de duração e tornavam-se rapidamente insatisfatórios. 15 Para ele, a igreja precisava aprender a falar uma linguagem totalmente nova, com o fim de alcançar a geração pós-moderna. Só uma mudança de estilos de culto não mais seria suficiente para alcançar a nova geração. Confirmando essa perspectiva, uma das obras de Mclaren reivindica “um novo tipo de cristão”, o cristão pós-moderno. 16

Nesse livro, McLaren apela claramente aos cristãos a que abracem o pós-modernismo e se adaptem à maneira pós-moderna de pensar. 17 Dentro desse espírito, para alguém ser emergente ele deve negar, inclusive, a necessidade de uma declaração de fé e qualquer forma que sugira um dogma comum.

No site emergent-us, um dos links na página inicial é “Declaração de Fé(?)”, onde Tony Jones, o coordenador nacional, explica que a ideia de ter uma declaração de fé é “trilhar uma estrada pela qual não queremos andar”.18 Logo, estamos diante de algo que existe como um movimento, mas, ao mesmo tempo, pela sua fluidez de suas propostas, é essencialmente caracterizado pela ambiguidade.

Essa marca se evidencia claramente no livro de Kimball, Emerging church, prefaciado tanto por Rick Warren quanto por Brian McLaren. Enquanto Warren, um líder do cristianismo reconhecidamente moderno, prefacia o livro apontando para a proposta de Kimball como um novo estilo que mantém a essência do que é ser igreja, segundo o seu conceito, culto, comunhão, discipulado, ministério e evangelismo, McLaren inicia a sua contribuição dizendo que “frequentemente trocamos um conjunto de estilos, métodos rígidos e tradicionais, e formas de pensar por outros ‘contemporâneos’ e igualmente rígidos”.19 Segundo McLaren.
Nossa compreensão do evangelho muda constantemente à medida que nos engajamos na missão em nosso mundo complexo e dinâmico, à medida que descobrimos que o evangelho tem um rico caleidoscópio de significados a oferecer, abrindo-nos camadas inexploradas de profundidade, revelando facetas não contadas de percepção e relevância.20
Dessa forma, a ambivalência do pensamento é prontamente aceita e até celebrada pelos líderes do movimento. Um site emergente em português responde a pergunta “O que é igreja emergente?” da seguinte forma:

A igreja emergente é um movimento da igreja protestante, iniciado por americanos e ingleses, com a finalidade de alcançar a geração pós-moderna. Refletindo as necessidades e os valores percebidos desta geração, as igrejas emergentes enfatizam o autêntico, a expressão criativa e uma perspectiva sem julgamentos, procurando reavaliar as doutrinas (ecclesia reformata, semper reformanda...). Igreja emergente é simplesmente um termo usado para denominar as igrejas que nasceram ou que foram [re]estruturadas para um contexto pós-moderno, pós-cristão de ser igreja no mundo de hoje. 21

Podemos então, provisoriamente, definir a igreja emergente como uma reação ao cristianismo do período moderno sob a pressuposição de que o cristianismo, como se desenvolveu no modernismo, tornou-se arcaico e irrelevante para a geração contemporânea. É um movimento de reação à igreja moderna. Pode-se dizer que o termo igreja emergente é
usado de maneira conveniente para descrever movimentos similares ou relacionados que surgiram na última década e que tendem a pensar em sintonia com as mudanças propostas pelo pós-modernismo dentro do campo das artes, da literatura e do discurso público.22

Positivamente, as comunidades emergentes são missionais e buscam, basicamente, servir dentro de seu tempo e cultura. Pesa contra a definição acima o fato de que alguns que se consideram emergentes facilmente podem tentar desautorizá-la, dizendo que são diferentes do proposto acima ou que líderes do movimento afirmam outra coisa. Pesa a favor da definição o fato de que uma caracterização plena é praticamente impossível à luz do que a própria “emergência” significa, ou seja, fluidez e até mesmo inconsistência lógica. Logo, expressões como “não somos assim” ou “esses pontos são questionáveis” serão comuns diante de qualquer tentativa de definição do movimento. Cabe salientar que o movimento possui manifestações desde as mais brandas até as mais radicais, ora lidando com um “formato” do cristianismo, ora lidando com a essência do cristianismo.

2. ORIGENS E REPRESENTATIVIDADE
A epistemologia da igreja emergente, ou seja, a forma como conhecemos as coisas, é essencialmente voltada para a experiência. Esse é um aspecto que, segundo Carson, contrasta com a epistemologia do período moderno, pois no pós-modernismo “muito do que ‘sabemos’ é moldado pela cultura na qual vivemos, é controlado pelas emoções, valores estéticos e herança.” 24

Esse conceito aplicado ao movimento do presente estudo implica que não é possível ser emergente ser ter uma experiência emergente. Logo, uma das tônicas do movimento é que antes de ser, primeiro é fundamental pertencer. A comunidade projeto242, existente no Brasil, traz a seguinte proposta comunitária: “Queremos oferecer às pessoas um local onde elas possam se sentir parte antes mesmo de acreditar.” Essa abordagem pragmática, fundamentada na experiência, faz com que a análise do movimento apele para relatos pessoais de suas experiências emergentes.

Geograficamente o movimento teve origem no Reino Unido, ligado a uma cultura fundamentada na experiência, a cultura clubber. Essa cultura, na verdade uma subcultura, é caracterizada pela migração dos jovens suburbanos para o centro das cidades durante os fins de semana, buscando um significado tribal para a existência. Os ajuntamentos de jovens dentro dessa subcultura propiciaram o aparecimento de “tribos” cristãs"26 entre a população, e estes, por sua vez, produziram movimentos que, mais tarde, passariam a identificar-se como emergentes. Na Inglaterra, onde a expressão do cristianismo evangélico tradicional é muito pequena e a frequência à igreja está entre 2 e 3% da população,27 a igreja emergente tornou-se rapidamente uma expressão importante.

A influência do movimento dentro da cultura norte-americana deu-se em um contexto bem diferente, ou seja, dentro do contexto de uma subcultura cristã já existente. Nos anos 80 desenvolviam-se no meio da igreja evangélica norte-americana as igrejas GEN-X, ou geração X, equivalente à geração “coca-cola.”28 Esse movimento caracterizava-se por comunidades em que o culto oferecia música em alto volume, vida apaixonada, pregação informal, relacionamentos friends e mais adiante a presença de expressões artísticas no culto, inclusive cerimônias à luz de velas. 29 Todavia, esse formato de igreja e culto não se mostrou efetivo no alcance da geração pós-moderna. Para tanto, seria necessário um passo a mais.

Essa necessidade está, supostamente, sendo atendida mediante o surgimento das comunidades emergentes, cuja proposta é proporcionar um “retorno refrescante a um ministério focalizado em Jesus, essencialmente sagrado e voltado para a experiência de cada pessoa”. 30
Dessa forma, os líderes do movimento preferem divulgar as suas ideias através de histórias ou relatos pessoais, pois segundo eles essa foi uma marca fundamental do desenvolvimento do cristianismo. Normalmente a espiritualidade é abordada como uma caminhada ou viagem espiritual e na literatura as ideias são expressas pela boca de diferentes personagens e diálogos. O subtítulo do livro de McLaren, A New Kind of Christian, é “um conto de dois amigos em uma jornada espiritual”. Vários líderes preferem chamar o movimento de uma “conversação emergente.” Um desses relatos típicos pode ser encontrado no testemunho de Dan Kimball, autor de The emerging church,31 considerado um dos líderes do movimento.

Kimball relata a sua luta em busca de respostas para o motivo pelo qual a igreja “seeker friendly” (ou seja, “adaptada ao usuário” ou “orientada para o consumidor”) 32 deixou de satisfazer e de ser efetiva para a geração nascida na pós-modernidade. Ele era pastor de uma igreja com características da geração X nos anos 80 e durante um bom tempo aplicou as técnicas e modelos de uma igreja tipicamente moderna. Cabe observar que ele obteve considerável sucesso naquela empreitada em termos de padrões numéricos.

Normalmente essas igrejas eram fundadas e sustentadas por megaigrejas e usadas como um braço para atender a demanda jovem. No entanto, Kimball começou a perceber que os programas e projetos que havia desenvolvido de modo eficaz durante algum tempo já não eram mais eficientes. Ele afirma ter observado que tanto o conteúdo quanto a forma de seus projetos não comunicavam muita coisa à geração jovem pós-moderna e isso fez com que ele se lançasse à busca de formas alternativas de ministério.
Foi nesse contexto que ele fundou a Vintage Faith Community Church, 33“desenhada” com o fim de ser atraente para a geração pós-moderna, não só empregando estratégias, mas pensando de maneira pós-moderna. Os critérios de avaliação do sucesso dessa igreja emergente deixaram de ser numéricos e passaram a ser missionais, como será visto mais adiante. 34

As expressões do movimento se desenvolvem de maneiras variadas. Mais recentemente, Brian McLaren abriu um site em que o nome igreja não está presente – emergent-US (emergent-us.typepad.com). Esse site tornou-se uma espécie de centro de comunicações e divulgação de eventos, palestras e mensagens do movimento. Ali são publicadas várias viagens nas quais os líderes emergentes, incluindo McLaren, têm andado por toda a Europa, Estados Unidos, Austrália e vários outros paises divulgando as suas ideias. Anualmente, nos Estados Unidos, acontece a Convenção Nacional de Pastores, que reúne quase dois mil participantes. Um número significativo deles participam de uma linha do evento orientada para líderes que se consideram emergentes ou estão interessados nessas ideias. 35
Outro grande movimento ligado à igreja emergente e seus líderes é Fusion Conference, uma conferência específica para cristãos entre os 20 e 30 anos que ocorre em três estados norte-americanos diferentes e reúne mais de 1800 líderes e jovens sob o lema “fé + vida”.36 Tendo ideia da origem e representatividade do movimento, há que se observar suas características.
3. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
Carson afirma que a igreja emergente é essencialmente um movimento “de dentro” e se opõe à igreja evangélica tradicional característica das últimas décadas do século 20. Na visão dos líderes emergentes aquela forma de ser igreja é cativa dos conceitos do absolutismo da era moderna e o movimento emergente veio trazer a liberdade necessária para um cristianismo relevante na pós-modernidade. 37 Logo, uma das marcas principais do pensamento emergente é a aversão ao absolutismo, ou seja, a forma de pensar do modernismo, que admite o conceito de verdade absoluta com bases fundacionalistas. Consequentemente, esse movimento apresenta uma série de características comuns, algumas das quais são relacionadas abaixo.
3.1 PLURALISMO
Como foi dito anteriormente, a questão central nesta discussão envolve categorias epistemológicas. A proposta emergente enfatiza os sentimentos e afeições sobre o pensamento linear e a racionalidade; a experiência em contraposição à verdade; a inclusão ao invés da exclusão; a participação em contrapartida ao individualismo. Essas seriam as bases para afastar a crença cristã na verdade “absoluta” e levar à autenticidade, ao “novo tipo de cristão”, pregado por McLaren. Assim, a característica dominante da igreja emergente é a não afirmação de absolutos e a aceitação das diferenças, a saber, a marca fundamental do pluralismo pós-moderno.
EM BREVE PARTE 2
________________________________________________________________________________
NOTAS
*O autor é doutor em Literatura Semítica pela Universidade de Stellenbosch, África do Sul, coordenador do curso de Mestrado em Divindade (M.Div.) no CPAJ e um dos pastores da Igreja Presbiteriana da Lapa, em São Paulo.
1 http://igrejaemergente.blogspot.com/2006_01_01_igrejaemergente_archive.html. (acesso em 20/02/2006).
2 KIMBALL, Dan. The emerging church. Grand Rapids: Zondervan, 2003; McLAREN, Brian. A generous orthodoxy: why I am a missional, evangelical, post/protestant, liberal/conservative, mystical/ poetic, biblical, charismatic/contemplative, fundamentalist/calvinist, anabaptist/anglican, methodist, catholic, green, incarnational, depressed-yet-hopeful, emergent, unfinished Christian. Grand Rapids: Zondervan, 2004.
3 CARSON, D. A. Igreja emergente: o movimento e suas implicações. Vida Nova, 2010; WELLS, David F. Above all earthly pow'rs: Christ in a postmodern world. Eerdmans, 2005.
4 4 GIBBS, Eddie e BOLGER, Ryan. Emerging churches: creating Christian community in postmodern cultures. Grand Rapids: Baker Academics, 2005.
5 JOHNSON, Phil. A critical look at the emerging church movement. http://emergentno.blogspot.com/2006/03/phil-johnson-critical-look-at-emerging.html (acesso em 11 abr. 2006).
6 Ver LYOTARD, François. A condição pós-moderna. 5ª ed. Rio de Janeiro: José Olympio Editora,1998. Segundo GOUVÊA, Ricardo Quadros, “a desconstrução implica na subversão, na descentralização de qualquer origem perceptível de discursos autoritários associados a ‘metanarrativas’, isto é, macroestruturas teóricas como, por exemplo, sistemas filosóficos ou teológicos. As metanarrativas são desconstruídas através de uma ‘arqueologia do conhecimento’ e de uma tipologia dos discursos... O pós-modernismo rejeita e busca desconstruir qualquer noção de verdade que se proponha unitária, absoluta, universal, ou mesmo coerente”. A morte e a morte da modernidade: quão pós-moderno é o pós-modernismo? Fides Reformata 1/2 (1996):59-70, p. 64.
7 Segundo Gibbs e Bolger, a única metanarrativa viável é a missio Dei, que “redime nossa realidade material, dá boas-vindas ao estranho, compartilha generosamente, capacita, ouve, dá espaço e oferece a verdadeira liberdade”. Emerging churches, p. 46.
8 CARSON, Igreja emergente, p. 10.
9 GIBBS e BOLGER, Emerging churches, p. 30. Este site já não existe.
10 CARSON, Igreja emergente, p. 41.
11 McLAREN, A generous orthodoxy, p. 276s.
12 Ver CAMPOS, Heber Carlos de. O pluralismo do pós-modernismo. Fides Reformata 2/1 (1997), p. 5-28.
13 Esse modelo é comum no Brasil, onde vemos várias igrejas com cultos em separado e com estilos diferentes.
14 De certa forma este modelo ainda prevalece entre a geração adulta evangélica no Brasil, ou seja, os modelos das igrejas de Rick Warren (Saddleback) e Bill Hybels (Willow Creek)
15 Citado em GIBBS e BOLGER, Emerging church, p. 33.
16 McLAREN, Brian. A new kind of Christian. San Francisco: Jossey-Bass, 2001.
17 JOHNSON, Phil. A critical look at the emerging church movement.
18 JONES, Tony. Doctrinal Statement(?).http://emergent-us.typepad.com/emergentus/2006/05/
doctrinal_state.html (acesso em 8 maio 2006).
19 McLaren, no prefácio a KIMBALL, Emerging church, p. 9.
20 Ibid., p. 9.
21 http://igrejaemergente.blogspot.com/2006_01_01_igrejaemergente_archive.html. (acesso em
20 fev. 2006).
22 Ver JOHNSON, A critical look at the emerging church movement.
23 Termo usado para descrever a importância dada ao alcance evangelístico através do envolvimento
na vida da comunidade e dos descrentes.
24 CARSON, Igreja emergente, p. 31.
25 Texto no site http://www.projetoagape.org.br/home/projeto242.php, seção “O que valorizamos”.
Acesso em 8 abr. 2006.
26 Esses clubes são caracterizados pelo uso de música eletrônica e alto consumo de álcool e comprimidos de ecstasy. Em suas expressões mais radicais, jovens entre 18 e 35 anos dançam ao som de música eletrônica durante horas, normalmente até o raiar do dia. Essa subcultura está em crescimento nos grandes centros urbanos brasileiros e alguns poucos trabalhos acadêmicos estão sendo produzidos sobre ela. No Brasil, os clubbers de periferia são chamados de cybermanos. A revista eletrônica B*Scene apresenta parte do cenário dessa cultura no Brasil (http://www.gardenal.org/bscene/musica/index_musica.htm). Para outras definições, ver FEITOSA, Ricardo Augusto de Sabóia. Perspectivas de abordagem sobre “autenticidade” e “originalidade” na cena de música eletrônica.
http://www.facom.ufba.br/ciberpesquisa/seminario/ricardo.htm. Acesso em 10 maio 2006.
27 GIBBS e BOLGER, Emerging church, p. 24.
28 A geração coca-cola é a geração tipicamente urbana e individualista, cantada por Renato Russo,líder do conjunto Legião Urbana.
29 Ver GIBBS e BOLGER, Emerging church, p. 30.
30 Chamada de capa do livro de Kimball, Emerging church.
31 Ver KIMBALL, The emerging church, principalmente o segundo capítulo: “How I moved from
being seeker sensitive to post-seeker sensitive”, p. 31-38.
32 Kimball fala da sua busca de metodologias para aplicação em seu pastorado desde o início dos anos 80 em igrejas como Willow Creek Community Church (Chicago) e Saddleback Church (Orange County, Califórnia), igrejas “com propósito”.
33 O site da comunidade é http://vintagechurch.org. Por vintage entende-se algo raro, genuíno, de qualidade.
34 Ver, Kimball, Emerging church, p. 15.
35 Ver o site http://www.nationalpastorsconvention.com/content.aspx?sp=emergent. Alguns dos temas tratados na convenção de 2006 foram: “Desenhando reuniões de culto emergente” (Dan Kimball); “Igreja reimaginada: a formação spiritual do povo em comunidades de fé” (Doug Pagitt); “Proibida a entrada de perfeitos: criando uma cultura do ‘Venha como estás’ na sua igreja” (John Burke); “Uma introdução ao pós-modernismo” (Tony Jones); “Nova teologia para um novo mundo” (Doug Pagitt e Tony Jones); “O caminho sagrado: práticas espirituais antigas para vida e ministério” (Tony Jones, atualmente o coordenador nacional do Emergent-US).
36 http://www.fusionconferences.com/default.aspx.
37CARSON, Igreja emergente, p. 32-33.

Mauro Meister
O autor é doutor em Literatura Semítica pela Universidade de Stellenbosch, África do Sul, coordenador do curso de Mestrado em Divindade (M.Div.) no CPAJ e um dos pastores da Igreja Presbiteriana da Lapa, em São Paulo.

sábado, 17 de abril de 2010

Devolução de Crianças

Em uma sociedade de consumo tudo pode ser comprado e tudo pode ser devolvido. Estou grávida aborto, estou casado separo, estou com problemas no emprego peço demissão. E assim vou trocando e tocando a vida...
Queridos esta não é a vida real, a vida real está em Cristo nossa fonte!
Leiam e pasmem.



Rússia suspende adoções por americanos após devolução de menino
Plantão | Publicada em 15/04/2010 às 17h03m
Reuters
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MOSCOU - A Rússia suspendeu as adoções de crianças russas por famílias dos Estados Unidos depois de uma americana ter enviado seu filho adotivo de volta a Moscou em um avião com uma carta em que se desobrigava da responsabilidade por ele, disse o Ministério do Exterior russo na quinta-feira.

Artyon Savelyev, de 7 anos, chegou sozinho ao aeroporto de Moscou na semana passada com uma carta datilografada pedindo ao governo russo que anulasse sua adoção, com a justificativa de que a criança é mentalmente instável.

O presidente Dmitry Medvedev disse que o episódio foi "um ato hediondo", e o Ministério do Exterior informou na quinta-feira que não serão aprovadas novas adoções enquanto não for pactuado com as autoridades americanas um novo acordo que regulamente o procedimento de adoção.

"As adoções futuras de crianças russas por famílias americanas, que foram suspensas, só serão possíveis se for firmado um acordo dessa natureza", disse o porta-voz do Ministério do Exterior Andrei Nesterenko em briefing em Moscou.

Medvedev pediu um acordo que defina os deveres dos pais americanos em casos como esses e que se crie um sistema para monitorar o tratamento dado a crianças adotadas.

Em Washington, o Departamento de Estado disse que uma equipe americana viajará à Rússia na próxima semana para tentar chegar a um acordo, de modo que as adoções possam continuar.

"Há muitas famílias amorosas nos Estados Unidos que esperam poder adotar crianças da Rússia", disse um porta-voz do Departamento de Estado, P.J. Crowley. "É do interesse dessas crianças que nossos dois países cheguem a um acordo apropriado que permita a continuidade dessas adoções."

Nesterenko disse que Artyom está abrigado em uma clínica em Moscou e que está em boas condições de saúde.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Os cristãos assassinados no Paquistão eram muçulmanos

Queridos
Segue uma reportagem muito interessante sobre mulçulmanos que trabalhavam em uma empresa cristã, em que os próprios mulçulmanos, em nome de Alá, assassinaram seus"irmãos".
Esta religião está sorrateiramente entrando no Brasil e devemos ter muito cuidado em relação a isto. Uma prova disto é que já se pode ver mulheres de burca(véu islamico para mulheres)andando em nossas ruas.
PAZ
Pr Leonir

Os cristãos assassinados no Paquistão eram muçulmanos

Harold Segura
(Tradução e adaptação de Welinton Pereira)

“...Se alguém mata a um ser humano... será como se tivesse matado a toda a humanidade.” (Alcorão 5.32)

A notícia me assustou. Os sete membros da equipe de trabalho da Visão Mundial no Paquistão assassinados na semana passada eram muçulmanos e não cristãos. Primeiramente se disse que eram cristãos perseguidos por grupos islâmicos terroristas.

Assim recebi as primeiras notícias. Era a versão que melhor encaixava com o estereótipo ocidental das perseguições religiosas: os muçulmanos matam os cristãos e estes fogem ante a fúria terrorista dos perseguidores do Islã. Uma versão que não permite aprofundar nas causas reais da violência no mundo e quem são suas vítimas.

Informaram que os mortos eram seis; agora são sete. Imtiaz John foi levado
ferido ao hospital de Abbotabad depois de sofrer o ataque no dia 10 de março. Seu estado de saúde piorou e veio a falecer no domingo dia 14 em um hospital de Isalambed para onde havia sido transferido dias antes, com o fim de obter uma atenção mais especializada.

Morreram, no total, cinco homens e duas mulheres que exerciam diferentes tarefas na Visão Mundial no Paquistão. Muhammad Ayaz, engenheiro; Zaryab Yousaf, que trabalhava na área de monitoramento e avaliação; Liaqat Ali, motorista; Kehkashan Zia, oficial de programas e projeto social que trabalhava em Oghi (a cidade onde ocorreram os fatos); Jamshadai e Imtiaz John, coordenador de projetos. Todos trabalhavam na defesa, proteção e promoção dos direitos de suas comunidades, apoiavam seu desenvolvimento e lutavam para reduzir a pobreza e a injustiça.

Morreram promovendo os valores do Reino de Deus e cumprindo, à sua maneira e segundo sua fé, com sua vocação de serviço as pessoas mais necessitadas.
A pergunta do porquê uma organização de vocação cristã como Visão Mundial
trabalhar com crentes de outros credos religiosos é válida. Uma das políticas
institucionais afirma que, apesar da norma da organização de “contratar pessoal que seja seguidor de Cristo, a contratação de pessoal de outras religiões é algumas vezes um requisito necessário para trabalhar de maneira eficaz em um país ou comunidade”. E acrescenta este documento que “se bem temos clareza sobre nosso compromisso cristão, reconhecemos o valor, dentro dos contextos de certos países, de empregar a seguidores de outros tipos de fé que estão dispostos a apoiar nossa missão e nossos valores. Esta parte da política interna se encerra afirmando o seguinte: “ Encorajamos entre nosso pessoal a compreensão mútua das crenças e práticas básicas das religiões do mundo dentro de seus respectivos contextos”. Esta é uma declaração oficial assinada a poucos meses, porém praticada há vários anos. A Visão Mundial serve a Jesus e promove seu reino dando testemunho da reconciliação, do respeito mútuo e da colaboração inter-religiosa em favor das comunidades empobrecidas. Assim o faz como testemunho do amor de Deus ao mundo e como consequência do modelo de serviço de Jesus, nosso mestre.

Nossa missão afirma que somos “uma confraternidade internacional de cristãos cuja missão é seguir a Jesus Cristo, trabalhando com os pobres e oprimidos para promover a transformação humana, buscar a justiça e testificar as boas novas do reino de Deus”.

Missão que também se cumpre, em alguns países, com a colaboração de fiéis de outras religiões não-cristãs.

As notícias dizem que o culpado pelo ataque contra a Visão Mundial foi um grupo de militantes muçulmanos vinculados a Al Qaeda. Chegaram, “cerca de 10 homens, todos com máscaras. Derrubaram as portas, tiraram todos do escritório, os colocaram em um lugar e logo começaram a disparar... de saída lançaram uma bomba”.

É a conhecida história da violência que faz de Deus (Alá em alguns casos, Yahweh ou Jehová em outros) uma desculpa para a crueldade. Matam em nome de um deus que não é nem o do Alcorão nem o da Bíblia.

As vítimas, neste caso, não foram cristãos ocidentais, foram muçulmanos paquistaneses que haviam decidido trabalhar junto a cristãos de todo o mundo e lutar contra a pobreza e a injustiça presente em seu próprio povo. Não eram cristãos; apesar de alguns respeitados teólogos terem denominado aos “bons não-cristãos” com o título de “cristãos anônimos”, (Karl Rahner) ou de “christianus designatus”, ( Karl Barth).

Eram muçulmanos, fieis seguidores do islamismo (é preciso dizer isto em honra a todos eles e por respeito a fé que professavam), homens e mulheres de boa vontade, construtores da paz, testemunhas da esperança. Pessoas como as quais o reino de Deus tem crescido e seguirá crescendo, mesmo contra as forças obscuras da maldade disfarçada da piedade.

Depois de ministrar uma cerimônia litúrgica simples em homenagem aos sete
paquistaneses assassinados, fui para meu escritório e segui pensando neles e em sua contribuição para a causa de Jesus. Recordei também das palavras do bispo Oscar A. Romero (este sim um mártir cristão) que dizia: “O reino de Deus está mais à frente das fronteiras da Igreja. A Igreja aprecia todo aquele que sintoniza com sua luta para implantar o reino de Deus”. Sim, ele tem razão. O reino transcende as fronteiras da Igreja. No Paquistão, morreram sete pessoas que, sem chamar-se cristãos, também trabalhavam na promoção deste reino. “Deus é grande. Que a paz e misericórdia de Deus estejam convosco”, como reza uma oração do Islã.


• Harold Segura, teólogo colombiano, é pastor batista, diretor de relações eclesiásticas da Visão Mundial internacional e umas das vozes mais ouvidas hoje na confraternidade da Visão Mundial internacional.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Imperator será novo centro de cultura

Esta postagem é endereçada aos moradores do Grande Méier, acho que desta vez sai. Tenho gostado do trabalho em geral de nosso Prefeito
Segue matéria do Jornal O Dia(http://odia.terra.com.br/portal/rio/html/2010/3/imperator_sera_novo_centro_de_cultura_72418.html)

Imperator será novo centro de cultura
Após 11 anos, espaço no Méier passará por obras e terá cinemas e casa de espetáculos
POR CHRISTINA NASCIMENTO

Rio - Após 11 anos de portas fechadas, a casa de shows Imperator, no Méier, deverá ganhar um destino. Ontem, a Prefeitura do Rio lançou edital de licitação para transformar o local, que já foi o principal espaço de espetáculos da Zona Norte e abrigou o maior cinema da América Latina, em um grande centro de lazer. Hoje, funciona lá um camelódromo com feira de artesanato. O investimento do município será de R$ 30 milhões, e as obras devem ser concluídas em dois anos.



Fachada do futuro Centro João Nogueira: ex-igreja e camelódromo | Foto: DivulgaçãoNo futuro ‘Centro Cultural João Nogueira’, em homenagem ao músico, serão construídos duas salas de espetáculos, três cinemas — com 150 lugares cada —, local de exposições, livraria, midiateca, lanchonete, espaço para o acervo João Nogueira e uma área de convívio para jovens. “A Zona Norte é a área da cidade que mais se degradou nas últimas décadas e carece de investimento, de infraestrutura, de segurança pública. As pessoas precisam voltar a ter com qualidade de vida nessa área”, disse o prefeito Eduardo Paes.

Ontem, a gestão do imóvel, que era de responsabilidade do estado, foi transferida para o município. A promessa da prefeitura é que os comerciantes instalados lá serão transferidos para outro local. “Estamos buscando um espaço alternativo para construir um shopping popular”, explicou a secretária municipal de Cultura, Jandira Feghali.

Esta é terceira tentativa de de reabrir o Imperator, que já abrigou até uma igreja evangélica. Os governos Garotinho e Rosinha anunciaram projetos que nunca foram colocados em prática.

domingo, 28 de março de 2010

Uma vida diante de Deus e dos Homens(tópicos mensagem noite, 28/03/10)

Texto: Lucas 1: 5-7

Título: Uma vida diante de Deus e dos homens.
Perguntas introdutórias
Em meio a um sistema corrupto de governo, podemos viver corretamente?

Mesmo com um sistema religioso corrompido conseguiremos viver dignamente?

Se todos de um setor de uma empresa, colégio, delegacia, repartição pública, hospital, etc, participam de um esquema corrupto, dá pra continuar neste lugar sem se vender?

Pessoas na Bíblia que fizeram isto:
Daniel- passou por diversos reis pagãos e permaneceu firme.
José- um administrador nato que foi vendido por seus irmãos, vendido pelos mercadores como escravo a Potifar, foi preso, pois correu da mulher deste, foi preso e administrou a cadeia, ajudou o cozinheiro do faraó e foi esquecido, mas no fim foi o segundo homem de todo Egito e em tudo isto não se deixou levar pela maré.
- que enfrentou oposição da mulher e dos "amigos".
Maria- que em meio a uma geração corrupta foi escolhida para ser mãe do Salvador.

Não é fácil, mas é possível VIVER dignamente em meio a uma sociedade degradada.

Exposição do Texto:

5- Este Herodes do texto é "Herodes o Grande", ele era edomita(descendência de Esaú), e "judeu" por adesão. Na verdade foi um grande assassino que não hesitou em matar membros de sua própria família com medo de possíveis levantes.
Para efeito de conhecimento histórico há 4 grandes Herodes citados na Bíblia:
Herodes o Grande- 37-4a.C. (Jesus nasceu mais ou menos em 7 ou 6 a.C., então este Herodes é o do nascimento de Jesus).
Antipas- com a morte Herodes o Grande o seu reino foi dividido entre seus filhos cabendo ao Antipas a Galíléia.Reinou de 4 a 39 d.C..
Agripa I- Filho de um irmão de Antipas, Aristóbulo, é o Herodes que manda decapitar Tiago(At 12).Reinou até 44 d.C..
Agripa II- Neto do Grande foi o governante que ouviu a defesa de Paulo no final de Atos.

Voltando ao texto, depois de uma viajada histórica na maionese, mesmo sendo o Herodes o Grande o terror que ele era, havia um casal que não havia se vendido; Zacarias(Lembrado por Jeová) e Isabel(no texto grego Elisabeth, Deus é o meu juramento).

Verso 6- Eles eram Justos:
Diante de Deus-- pela fé, pois ninguém é justo justo diante de Deus se não pela fé naquele que o Justifica e no novo testamento pela propriciação de Jesus.
Diante dos Homens- pela obediência, advinda da fé, as Escrituras.

Verso 7- A esterilidade foi o "vácuo" necessário para puxar a glória de Deus, causando dependência, fé e manifestando o poder de Deus.

Três aplicações para vida vindas do texto:
1.)Independente do mundo a nossa volta, dá pra viver a vontade de Deus sim!
2.)Nossa vida está sempre diante de Deus e dos Homens, portanto faça o melhor!
3.)Da esterilidade pode nascer a bênção de Deus.


Bibliografia(na pregação não da pra citar no final isto, pois fica chato, aqui é bom dar honra a quem tem honra)
Quem é Quem na Bíblia Sagrada; Gardner, Paul; Ed. vida.
O novo comentário da Bíblia; Davidson, F.; Ed. Vida Nova.
Novo Testamento Interlinear; Luz, Waldir de Carvalho; Ed. Cultura Cristã.
Novo Testamento Interpretado Versículo por Versículo; Champin, Russel Norman; Ed. Candeia.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Conselho pune psicóloga que diz curar homossexuais

Caros compatriotas
Cada vez mais teremos que enfrentar problemas quanto ao que pensamos, falamos e cremos. Não sei se esta psicóloga diz mesmo curar homossexuais, acredito que ela quer é ajudar a homens que querem se livrar das tendências homossexuais e se tornarem heterossexuais. Se uma pessoa quer ser homem agora não pode? Se já foi homossexual está proibido de ser hetero denovo? Os homossexuais têm pressionado a sociedade contra a parede afim de tornar a prática em norma de conduta.

Segue a matéria da cristianismo hoje (http://cristianismohoje.com.br/ch/conselho-pune-psicologa-que-diz-curar-homossexuais/) sobre a irmã Rozângela, por quem devemos orar sempre.

Conselho pune psicóloga que diz curar homossexuais
O Conselho Federal de Psicologia puniu, na sexta-feira, 31 de julho, a psicóloga Rozângela Alves Justino, há 28 anos na profissão, com censura pública. A psicóloga entende que a homossexualidade pode ser curada.

Com a punição, mais branda do que a cassação do registro profissional, Rozângela poderá atuar como psicóloga, mas terá que rever sua prática para não infringir o Código de Ética da Psicologia e a resolução do Conselho, de 1999. A resolução afirma que a homossexualidade não constitui doença, distúrbio ou perversão.

Na interpretação do Conselho, Rozângela, que trabalha no Rio de Janeiro, demonstrou tratar a homossexualidade como uma doença ao oferecer terapia para que gays passassem a ser heterossexuais.

“Estou me sentindo amordaçada e impedida de ajudar as pessoas que, voluntariamente, desejam largar a atração por pessoas do mesmo sexo”, disse a psicóloga à imprensa. Ela anunciou que vai ignorar a decisão do Conselho.

O presidente do Conselho federal, Humberto Verona, argumentou que Rozêngela foi condenada com censura pública “para que toda a sociedade tenha conhecimento e ela não repita essa prática. Havendo insistência, ela vai arcar com todas as consequências”.

Os nove conselheiros votaram, por unanimidade, pela censura pública à psicóloga carioca. O advogado de Rozângela informou que vai recorrer da decisão do Conselho.

O bispo da diocese anglicana dissidente do Recife, Robinson Calvacanti, solidarizou-se com a psicóloga cristã, encorajou-a a prosseguir o seu trabalho profissional e protestou contra “essa ato de perseguição, heterofóbico do Conselho Federal de Psicologia.”